PUBLICIDADE

Publicidade

'O futebol brasileiro não é valorizado', diz Vanderlei Luxemburgo

Treinador critica os que defendem o Barcelona como modelo a ser seguido e vê em Neymar o ídolo do País para 2014

Por Paulo Favero e LUIZ ANTÔNIO PRÓSPERI
Atualização:

Longe dos holofotes, o técnico Vanderlei Luxemburgo está encantado com a estrutura do Grêmio. O treinador garante que está em um momento diferente da carreira e já passou da fase de busca por afirmação. Contratado pelo clube gaúcho no início da temporada, fez uma imersão de quatro meses no Rio Grande do Sul, para mesclar o estilo aguerrido da equipe com a técnica que tanto gosta de ver em suas equipes.O treinador garante que aprendeu com todos no Grêmio, desde o presidente até a torcida. Sabe que o time tem chances de conquistar o Brasileiro, mas prefere desviar o foco para uma vaga na Libertadores. Nesta entrevista exclusiva, Luxemburgo fala sobre o futebol praticado no País, sobre a Copa de 2014 e defende a permanência de Neymar no Brasil.Quem é o favorito à conquista do Brasileiro?O título só vai ser decidido quando faltarem cinco rodadas. A gente não pode falar que o Atlético-MG já ganhou, que o Grêmio vai ganhar. Muitos times iniciam mal e embalam depois. Quem falar que sabe vai bater com a cara no muro.Os jogadores não falam em título. Está realmente longe?Como posso pensar em disputa de título se estou atrás? Eu quero ir chegando mais perto. Se continuarmos vencendo e eles também, não ganharemos. Mas se vencermos e eles não, a gente encosta. O discurso é de pensar no nosso objetivo, que hoje é o da Libertadores. Essa é a realidade. A grande mudança é que o técnico hoje tem o projeto de levar o time para a Libertadores, isso aumenta a receita em até R$ 30 milhões. Isso está dentro dos contratos formatados nos clubes com os treinadores, como meta. O São Paulo foi campeão seguido da Libertadores porque antes havia disputado seis vezes seguidas. Esse ano falei: "Acho que o Corinthians vai ser campeão da Libertadores", pois o time vinha de várias disputas anteriores, perdendo, sofrendo. As pessoas entenderam que a Libertadores é a Copa dos Campeões da América do Sul. Isso está valorizado.Como foi a sua adaptação?Muito boa, é uma cultura diferente, um estilo de futebol diferente, e é preciso se adaptar sem se abrir mãos dos meus conceitos. O Grêmio é famoso por ter um estilo aguerrido e determinado, mas os times vencedores sempre foram técnicos. O do Felipão tinha Carlos Miguel, Goiano, Emerson, Paulo Nunes e Dinho, que no São Paulo não errava passe. Hoje o time joga bonito, mas com o perfil do clube. Fiquei praticamente quatro meses sem sair do Rio Grande Sul para identificar como era isso e montar um time dentro da cultura do Grêmio.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.