Oeste: auditor nega ter cobrado propina

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Por Agencia Estado
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O auditor do Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol, Washington Rodrigues de Oliveira, garante que poderia mudar seu voto no caso do Oeste, de Itápolis, penalizado com a perda de 12 pontos por utilizar três jogadores inscritos irregularmente. Segundo Oliveira ele se baseia no artigo 9, parágrafo terceiro, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que passou a vigorar a partir de janeiro. O oeste perdeu os pontos, em primeira instância, por 2 a 1, inclusive com o parecer do relator, o próprio Oliveira. "Minha idéia era atender "o pedido expresso do próprio Oeste que deseja uma revisão em minha decisão". O auditor reconhece que estava propenso a mudar seu voto, sensibilizado pela grave situação do clube que "em três minutos de tribunal poderia ver todo o trabalho de uma temporada comprometido". A mudança, porém, dependeria da autorização do presidente do Tribunal, Naief Saad Neto, que não concordou por considerar estranho e incoerente a posição do auditor. Washington é acusado pelos dirigentes do Oeste de aceitar R$ 50 mil para mudar sua posição. Outros R$ 10 mil ficariam com Hely Bíscaro, o suposto intermediário da negociata. "Jamais conversei com ninguém a respeito disso, nem autorizei ninguém a falar por mim, muito menos o Hely Bíscaro", garante o auditor. Oliveira ainda negou que tivesse confessado o evidente suborno diante do presidente do Tribunal e depois tivesse mudado a história nos depoimentos no Deic. A acusação foi feita diretamente pelo deputado estadual Geraldo Vinholi. "Nunca confirmei nada, nem poderia", defende-se. Sobre a informação, dada por Neif Saad, de que o auditor teria assuntos jurídicos com Hely Biscaro, no caso o intermediário e corruptor, o auditor esclareceu que só tem um processo pendente. Oliveira defende na Justiça Desportiva um processo do goleiro Bruno, do Marília, cujo procurador é Hely Bíscaro. "A ação é de R$ 5,2 milhões contra o Flamengo-RJ e como advogado tenho direito a receber 30%, ou seja, mais de R$ 1,5 milhão. Não há sentido uma denúncia de que receberia R$ 50 mil neste caso".

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