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Opinião: Agora, foi o Brasil quem sofreu uma convulsão

Por Agencia Estado
Atualização:

Na decisão do Mundial de 1998, a convulsão de Ronaldo serviu como desculpa. E o que explica a atuação desastrosa neste sábado em Frankfurt? As versões vão se multiplicar nos próximos anos. Nada poderá justificar, porém, a apatia, a falta de aplicação, a total inércia de uma equipe imbatível. Imbatível em campanhas publicitárias, em malabarismos fora de hora e em poses circenses para centenas de profissionais de imagem. A impressão inicial é de que todo o time do Brasil, sem exceção, sofreu uma convulsão antes ou durante o confronto com a França. Logo no início da preparação da seleção, em Weggis, na Suíça, o Portal do Estadão ouviu vários psicólogos do esporte. Opinaram sobre o assédio diário de milhares de pessoas nos treinos da seleção e foram severos nas críticas: o trabalho começava comprometido pela falta de concentração. Havia um relaxamento excessivo do grupo, eles disseram. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou à imprensa com alguma antecedência o plano de treinamentos antes da chegada à Alemanha. Weggis surgia como um local silencioso, pacato e ideal para o descanso do grupo. A CBF só não revelou com a mesma antecedência o que estava em jogo: um acordo que lhe rendeu alguns milhões de dólares para expor como ?bichinhos amestrados? - expressão utilizada por um dos psicólogos entrevistados - os craques da seleção brasileira. A Copa de 2006, para o Brasil, valeu pela sucessão de recordes: os 15 gols de Ronaldo em Mundiais; os 20 jogos de Cafu pela seleção; o gol 200, marcado por Adriano; os minutos de Lúcio sem cometer uma falta sequer. O outro recorde, assim como os outros, parece inquestionável: nem os mais velhos lembram de uma atuação tão ridícula da seleção em Copas do Mundo. Vamos agora juntar as versões, as desculpas. E esperar 2010. Sílvio Barsetti tem 41 anos e é repórter do jornal O Estado de S. Paulo desde 1996. Cobriu as Copas do Mundo de 1990 e 2002.

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