Organizada da Inter de Milão defende coros racistas de rivais contra Lukaku
Em carta, os torcedores ainda disseram que, ao cobrar atitude, atacante cria 'um problema que não existe de verdade'
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Por Redação
Atualização:
Mais famosa torcida organizada da Inter de Milão, a Curva Nord defendeu nesta quarta-feira os coros racistas de rivais contra o atacante Romelu Lukaku, da equipe de Milão. De acordo com publicação da organizada nas redes sociais, o coro com imitações de macaco não são manifestações racistas.
"Compreendemos que isso pode ser considerado racista por você, mas não é o que parece. Na Itália, usamos algumas formas para 'ajudar os nossos times' e para deixar o adversário nervoso. Não é por racismo, é apenas para tentar atrapalhar o rival. Sempre fizemos isso no passado e provavelmente vamos continuar a fazer no futuro. Não somos racistas e nem a torcida do Cagliari", disse o grupo, em comunicado.
"Por favor, considere essa atitude dos torcedores italianos como uma forma de demonstrar respeito pelo fato de eles terem medo de você, pelos gols que você pode marcar contra seus times. E não porque eles te odeiam ou são racistas", afirma o comunicado da torcida da Inter.
O fantasma do racismo no futebol
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No começo do ano, o volante Arouca foi ofendido por um grupo de torcedores do Mogi Mirim no Campeonato Paulista Foto: Divulgação/Santos
Balotelli
Irritado com ofensas racista durante jogo contra o Hellas Verona pelo campeonato italiano, Mario Balotelli chegou a chutar a bola em direção aos torce... Foto: Marco Bertorello/AFPMais
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Lamentável: em dérbi contra o Atlético, Marcelo foi vítima. Torcedores rivais entoaram cânticos racistas contra ele e seu filho Foto: AFP
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Paulão, zagueiro brasileiro do Bétis, foi vítima da própria torcida ao ser expulso no 1º tempo em partida contra o Sevilla Foto: EFE
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O Milan deu ótimo exemplo em 2013. Em amistoso na Itália, Boateng foi vítima de racismo e o time inteiro decidiu abandonar o jogo Foto: EFE
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Drogba sofreu com o racismo enquanto atuou pelo Galatasaray. Em dérbi contra o Fenerbahçe, a torcida imitou sons de macaco Foto: EPA
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Em jogo entre Anzhi e Zenit, um torcedor ofereceu uma banana a Roberto Carlos, que foi consolado pelos companheiros Foto: AP
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Em 2005, Grafite foi ofendido por Desábato, do Quilmes, que recebeu voz de prisão ainda no gramado, mas pagou fiança Foto: AP
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Marc Zoro precisou ser convencido por Adriano a não deixar a partida após sofrer racismo da torcida da Inter em 2005 Foto: AFP
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Antônio Carlos Zago já foi chamado de "macaco" quando jogou pela Roma, mas também foi acusado em 2006 por gestos racistas Foto: Xsport
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Atuando pelo Barça, Eto"o chegou perto de abandonar uma partida após ser vítima de racismo, mas foi contido pelos companheiros Foto: REUTERS
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Em jogo contra o CSKA em que Yaya Touré sofreu racismo, o clube russo foi punido e fechou seus portões até o final da Liga Foto: Action Image
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A presidente Dilma recebeu o jogador Tinga e o árbitro Márcio Chagas, que foram vítimas em 2014, no Palácio do Planalto Foto: AFP
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Nesta quinta, a vítima do fantasma do racismo foi o goleiro Aranha, ofendido por uma infeliz parte torcida do Grêmio Foto: Diego Guichard
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Balotelli até chorou no banco de reservas durante jogo contra o Napoli devido às ofensas. Ele já foi vítima incontáveis vezes Foto: AFP
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Neste ano, Dani Alves comeu a banana que foi atirada por torcedores do Villarreal e deu uma lição de superioridade Foto: Reprodução
Pelas redes sociais, ainda na segunda-feira, Lukaku cobrou união dos jogadores contra atos racistas. "Penso que como jogadores devemos estar unidos e tomar posição frente a este problema com o objetivo de conservar este esporte limpo e agradável para todos", ressaltou Lukaku, lembrando também que os casos de racismo estão ocorrendo com frequência no futebol.
"Vários jogadores sofreram abusos racistas neste último mês (de agosto). Foi o meu caso ontem. O futebol é um jogo em que todo mundo deve desfrutar e não devemos aceitar nenhuma forma de discriminação susceptível de envergonhar o nosso esporte", completou.
Também pelas redes sociais, o atacante belga ganhou o apoio de outros jogadores e também da Federação de Futebol da Bélgica. "O racismo deve desaparecer do mundo do futebol, dos estádios e da sociedade. Quanto um dos nossos jogadores, como Romelu Lukaku, é alvo de atos racistas, nos sentimos todos atingidos", afirmou Peter Bossaer, presidente da federação belga.
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O incidente ocorrido em Cagliari ainda está sendo avaliado pelo comitê disciplinar do Campeonato Italiano. As autoridades dizem que ainda buscam evidências para decidir por eventual punição ao Cagliari.