Oswaldo: "Estou voltando para casa"

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Por Agencia Estado
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Oswaldo de Oliveira nem teve tempo de assinar contrato com o Corinthians. O compromisso, de um ano, ainda é verbal. No dia de sua apresentação, que teoricamente é marcado por muito oba-oba, o novo treinador pegou no batente antes mesmo de ser apresentado ao grupo. Enquanto os jogadores chegavam, nesta terça, discretamente ao Parque São Jorge, ainda constrangidos pelo derrota de domingo por 1 a 0 para o São Paulo, o substituto do demitido Juninho já conversava sobre planejamento e reforços para a temporada. O papo com os dirigentes foi produtivo ? não é à toa que atrasou o treino em 40 minutos. No encontro, ficou definido que, antes de mais nada, Oswaldo terá um prazo para analisar o elenco e estudar o planejamento. Passado esse período, que não foi definido, mas deve ser de três jogos, todos voltam a se sentar para definir o projeto final para a temporada 2004. Porém, duas contratações são dadas como certas: um lateral-esquerdo e um atacante. Depois da reunião, o treinador seguiu para o vestiário, onde foi apresentado aos atletas. Rincón, claro, teve atenção especial. O colombiano era o capitão da equipe campeã brasileira e mundial, na época comandada por Oswaldo. Ele falou com o grupo e apresentou-se aos que não o conheciam pessoalmente. Na apresentação, vestindo um bem cortado terno cinza e ao lado do irmão e assistente-técnico Waldemar Lemos, Oswaldo deleitava-se. ?Me sinto como se estivesse voltando para casa?, afirmou. O sorriso não deixou de ser exibido em nenhum momento. ?Por tudo o que passei aqui, posso dizer sim que o Corinthians é o clube com o qual eu mais me identifico.? Realidade - Apesar da festa e de toda alegria, o novo técnico corintiano já sabe exatamente o tamanho do desafio que terá pela frente. Chega em um momento delicado. O ambiente está confuso, os jogadores desanimados e o time na lanterna do grupo 1 do Campeonato Paulista. ?Que que é isso? Estamos é a dois pontos do segundo colocado do grupo?, disse o vice-presidente de futebol, Antonio Roque Citadini. ?E tem mais, essa história de cair, ser rebaixado, é assunto do outro Parque?, provocou. Segundo Citadini, a chegada do novo treinador foi consensual. Além da responsabilidade de armar a equipe, os dirigentes disseram acreditar que outro resultado da mudança será percebido no ambiente do clube. A expectativa é que com seu jeito pacato ? pelo menos fora do campo ?, Oswaldo traga tranqüilidade, o que não acontece desde a derrota para o River Plate e a conseqüente eliminação da Copa Libertadores da América de 2003. Contudo, existe um detalhe que preocupa a cúpula corintiana. Ninguém fala, mas todos sabem que Oswaldo nunca conseguiu ter sucesso em equipe montadas por ele e sem muitas estrelas. Em seu melhor momento profissional, herdou um time montado por Vanderlei Luxemburgo e trabalhou com grandes nomes, entre eles Dida, Vampeta, Rincón, Marcelinho, Ricardinho e Edílson. Oswaldo mostrou que entre feras sabe ser conciliador e fazê-las conviver. No entanto, vai ter de provar que com atletas jovens e medianos também sabe trabalhar. ?Essa diferença me preocupa e me motiva?, garantiu o treinador.

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