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Palmeiras aposta na força dos garotos da base para se salvar

Com no máximo 22 anos de idade, Gabriel Dias, João Pedro, Nathan, Victor Luis e Renato terão a missão de evitar a queda

Por Ciro Campos e Daniel Batista
Atualização:

Cinco garotos do Palmeiras já têm a certeza de que o próximo domingo será inesquecível. Resta saber se para o bem ou para o mal. O clube apostou em atletas das categorias de base para evitar a queda à Série B e os jovens jogadores já estão expostos ao possível fracasso que pode significar um rebaixamento no início da carreira. Por isso, o sofrimento e a ansiedade deles para o jogo são como o de um torcedor comum. O time enfrenta o Atlético-PR, no Allianz Parque, no confronto chamado pelo elenco de “o jogo do ano”. Gabriel Dias, João Pedro, Nathan, Victor Luís e Renato têm no máximo 22 anos e a imensa responsabilidade de evitar o vexame da queda em pleno ano do centenário. "Nós que somos da base não escolhemos o momento em que vamos jogar. Se estamos nessa batalha, é porque temos condições de suportar", disse o lateral-esquerdo Victor Luís, de 21 anos. O jogador é o bom exemplo do aproveitamento de quem veio da base, ao ser o único do elenco a ter atuado nos 19 jogos da gestão do técnico Dorival Júnior. E pode ajudar a acabar com a tradição de que o clube tem dificuldade em revelar talentos que não sejam goleiros.

Victor Luis pede atenção para o clássico com o São Paulo Foto: Rafael Arbex/Estadão

Os garotos sentem mais quando o time está em baixa, por terem uma ligação mais intensa e duradoura com o clube. "Nossa vida é o Palmeiras. Desde criança a gente vive aqui e tudo que acontece, para o bem ou para o mal, a gente sente mais, porque o clube é parte da nossa vida", explica Renato. É natural que os garotos, até pela idade, acabem sentindo mais o momento. João Pedro, que completou 18 anos no dia 15 de novembro, por exemplo, tem se mostrado ansioso e nervoso em determinados momentos durante os jogos. Assim como os demais jovens colegas, Victor Luís presenciou como torcedor a luta frustrada contra o descenso em 2012 e se lembra do que se passou com os garotos da ocasião após o rebaixamento. Na época, ele estava emprestado para o Porto B, de Portugal. "Quem é da base acaba sendo um pouco mais cobrado pelos torcedores até por eles nos conhecerem. A gente sente muito quando o time perde", explicou Victor Luis. Pelo menos entre os torcedores, a sensação é que, mesmo se o time for rebaixado, eles não ficarão em baixa. Os meninos sabem que uma queda no clube, onde começaram a carreira, ficará marcada para sempre. O temor é que eles passem o que aconteceu com o zagueiro Wellington, o volante João Denoni e os atacantes Patrick Vieira e Vinícius, que foram usados durante a campanha em 2012 e, após o rebaixamento, viram a ascensão dar lugar ao esquecimento. Wellington e Patrick Vieira são reservas pouco aproveitados. João Denoni e Vinícius tiveram de sair para jogar.PRESTIGIADOS Por enquanto, a diretoria não cogita negociar nenhum dos garotos que estão se destacando. Pelo contrário. Assim que começaram a aparecer, já renovaram contrato e todos estão nos planos para o ano que vem, mesmo em caso de queda. Dos jovens do atual elenco, Nathan e João Pedro merecem uma atenção especial, pois passaram de “mais um da base” a titulares e xodós da torcida. Os dois nem sequer treinavam com o time principal quando foram chamados para compor o banco de reservas e em questão de dias já estavam no time titular e não saíram mais. Os dois, inclusive, foram convocados pelo técnico Gallo para a disputa do Sul-Americano Sub-20, que será disputado em janeiro. Portanto, os dois têm motivos de sobra para se empenhar na luta contra o descenso. 

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