Palmeiras aposta na forte marcação

Preocupado com a boa fase do São Paulo, o técnico Celso Roth pede atenção ao seu time no clássico deste domingo, pelo Paulistão.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Celso Roth acompanhou com apreensão o início de briga entre Magrão e Alexandre no treinamento de sexta-feira. Mas havia também orgulho porque sentia a vontade dos dois reservas em conseguir um lugar no time. Aos poucos, o treinador vai implantando a maneira como quer ver o Palmeiras jogando, com forte pegada. Será essa a sua maior arma neste domingo, contra o São Paulo, em São José do Rio Preto. Ele sabe que o melhor do rival está na boa técnica. A solução para a sua equipe, que ocupa a vergonhosa 13ª posição no Campeonato Paulista, está em apostar na força física. "O São Paulo tem uma excelente equipe. Acabou de ganhar bem o torneio Rio-São Paulo. O Vadão está lançando uma geração de jogadores talentosos. Precisaremos ter muito cuidado com eles. O Palmeiras terá de jogar muito para conseguir um resultado que melhore a nossa posição na tabela do Campeonato Paulista, que é péssima. Não vai ser fácil, mas confio no meu time", resume Roth. Para aumentar a certeza de um bom resultado, o treinador só fará uma troca no time. E por motivo de suspensão. Galeano não poderá jogar. Claudecir entrará no seu lugar. E o atleta já foi avisado da necessidade de trocar sua alta técnica por mais marcação no meio-de-campo. "Faço o que o treinador me pede. Se tiver de ficar preso na intermediária, eu fico. Quero é ganhar uma posição no time. Cansei da reserva." Alex destaca que a vitória transcende o Campeonato Paulista. "A instabilidade emocional do nosso time só irá embora de vez com uma seqüência de bons resultados. Nada melhor do que derrotar o São Paulo que acabou de ganhar o Rio-São Paulo. Mas não será nada fácil porque eles nos enfrentarão empolgados. Chegou a hora de o nosso time mostrar personalidade." A personalidade virá da estratégia. Roth aposta que Vadão irá colocar seu time no 3-5-2. Por isso, fixará Fernando como um terceiro zagueiro para atuar entre Paulo Turra e Leonardo. Claudecir atuará como volante de marcação. O time está autorizado a fazer faltas para não permitir o domínio do meio-de-campo por parte do São Paulo. Ao retomar a bola, o treinador acredita que os contra-ataques articulados por Alex e Lopes para aproveitar a velocidade de Basílio podem definir a partida. "Temos de ser bastante inteligentes contra o São Paulo. O time deles ataca em bloco, mas dá espaço para lançamentos por trás da zaga. Acredito que poderei ser muito útil neste jogo", explica Basílio. O companheiro do velocista no ataque é um problema para Celso Roth. Contra o Universidad do Chile, Fábio Júnior mostrou o quanto está fora de ritmo. Ele praticamente andou em campo e foi facilmente anulado pelos esforçados zagueiros chilenos. Tuta, que entrou no seu lugar, não foi diferente. "O Fábio e o Tuta são atacantes grandes, pesados e que levam muito tempo para entrar em forma. Então não há outra coisa a fazer a não ser esperar e confiar no talento dos dois para fazer gols", afirma o treinador. Roth apostará novamente em Fábio Júnior. "Tenho autocrítica, sei que não fui bem contra o Universidad. Já havia avisado que precisaria de um tempinho maior para me preparar. Mas tudo irá melhorando aos poucos. O que vale neste período é a vontade. Então irei para a partida acreditando no meu poder de finalização. Gosto muito de clássicos e tenho certeza que irei contribuir para o Palmeiras vencer", diz Fábio Júnior. Marcos sabe que o clássico terá uma importância enorme no Campeonato Paulista. "Estamos muito atrás. A hora da reação é agora. Não há mais tempo a perder. E eu gosto de clássico. É ótimo para goleiro ganhar nota alta nos jornais. Quando eu defendo um chute fácil do França, todo mundo fala e eu ganho oito de nota. Quando me mato para defender uma cacetada de um Zezinho qualquer, recebo dois. Então esse jogo é ótimo para aparecer na mídia." Celso Roth não esconde a sua aversão ao sistema de desempate inventado pelo presidente da Federação Paulista, Eduardo José Farah. "Não gosto desta coisa de decidir um jogo que termina empatado com pênaltis. Mas o que eu posso fazer? Temos então de treinar. Não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar pontos no Paulista. De jeito nenhum." Alex faz uma reclamação muito justa. "Não acho certo jogarmos em Rio Preto. Vamos viajar logo na terça-feira para Lima para a segunda partida da Libertadores. Em vez de sermos preservados, vamos nos desgastar mais do que era necessário", critica.

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