PUBLICIDADE

Palmeiras e Corinthians repetem no Pacaembu encontro que decretou início da torcida única

Último dia de clássico no estádio teve morte e brigas que motivaram a adoção de novo esquema de segurança

Foto do author Gonçalo Junior
Por Ciro Campos e Gonçalo Junior
Atualização:

O clássico paulista deste sábado entre Palmeiras e Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro, repete uma combinação de triste memória para a história do futebol brasileiro. Os dois times voltam a jogar no Pacaembu, onde o último encontro entre ambos, em abril de 2016, pelo Campeonato Paulista, ficou marcado por um domingo de violência e de morte. Os incidentes levaram a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo a decretar a partir daquela data a adoção de torcida única no Estado, medida em vigor até hoje.

A notícia mais triste daquele domingo foi a morte do autônomo José Sinval Batista de Carvalho, 53 anos. Enquanto passava pela manhã na praça Padre Monteiro Aleixo Mafra, em São Miguel Paulista, zona leste, ele levou um tiro, que foi disparado durante uma briga de torcidas. Até hoje o crime nunca foi solucionado. "Ele estava na hora errada, no lugar errado", conforma-se o sobrinho dele, Wesley Santana.

Luzia da Silva e a filha, Debora Carvalho, mostram foto de José Sinval, morto durante briga entre as torcidas do Palmeiras e Corinthians Foto: Rafael Arbex/Estadão

PUBLICIDADE

O domingo de 3 de abril de 2016 teve ainda briga e depredação na estação Brás do Metrô, briga e torcedores feridos em Guarulhos, assim como uma confusão grave nos arredores do estádio do Pacaembu. Uma das vítimas desse conflito ficou internada na UTI. Ao todo, a Polícia Militar prendeu 57 pessoas no mesmo dia. Como resposta imediata, o governo convocou uma reunião no dia seguinte para avaliar mudanças no futebol de São Paulo.

A Secretaria de Segurança Pública e o Ministério Público propuseram inicialmente a adoção da torcida única em clássicos como medida de segurança a ser mantida até o fim daquele ano. Mas até hoje o esquema persiste e não sinais de alteração. As autoridades consideram que ideia deu certo, ao reduzir o índice de incidentes. "Os índices de paz melhoraram. Não é o ideal, mas é o que se pode fazer", afirmou o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, ao Estado em março deste ano.

O dia de clássico violento em 2016 fez com que 12 dias depois a Polícia Civil de São Paulo cumprisse 98 mandados judiciais, entre prisões e buscas, nas sedes de torcidas organizadas. A operação, chamada Cartão Vermelho, atingiu a Gaviões da Fiel e Pavilhão 9, do Corinthians, e a palmeirense Mancha Alviverde. Foi a primeira vez que a polícia realizou batidas simultâneas em todas as sedes das torcidas. 

O JOGO

Dentro de campo, o Palmeiras venceu por 1 a 0, gol de Dudu. O jogo foi definido com lances no segundo tempo ocorridos no intervalo de cerca de um minuto. Prass defendeu um pênalti de Lucca e logo depois o time alviverde marcou. Na comemoração, Dudu pegou o boné de um repórter de rádio e festejou como se estivesse tirando o chapéu para a torcida.

Publicidade

Dudu e Gabriel Jesus vibram com o gol da vitória do Palmeiras, em 2016 Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.