No clássico entre as duas equipes que mais têm chamado atenção no Campeonato Paulista, as defesas sobressaíram e o confronto entre o pragmatismo do Palmeiras com o toque de bola do Santos acabou sem gols no Allianz Parque. Apesar das chances de gol, faltou um pouco mais de futebol.
Durante a maior parte do jogo, a postura das duas equipes ficou muito clara. O Santos tocava a bola e esperava abrir um espaço e o Palmeiras era mais incisivo. Se alguém merecia vencer o clássico, é o time de Felipão, que chegou a ter duas excelentes oportunidades de abrir o placar, mas Borja falhou em um lance e Everson fez uma grande defesa em outro.
Experientes, os dois técnicos já mostraram que não estavam para brincadeira antes mesmo da bola rolar. Os clubes são obrigados a divulgar a escalação uma hora antes do início da partida, mas Felipão e Sampaoli deram de ombros para a determinação. Queriam esconder o time que levariam para o campo até o adversário ceder e anunciar o seu primeiro. E quase que ao mesmo tempo, as duas escalações foram reveladas cerca de 40 minutos antes de iniciar a partida e os dois times foram a campo com várias novidades.
No lado alviverde, Felipe Pires e Raphael Veiga foram as principais surpresas. O Santos também surpreendeu com Everson, Copete e Yuri. Apesar de serem as armas secretas, nenhum dos “caras novas” chegaram a fazer a diferença no primeiro tempo.
Na verdade, a expectativa do encontro entre o pragmatismo palmeirense e o futebol bonito santista se tornou uma grande decepção. O Santos tentou jogar em cima do Palmeiras, que se mostrou bem compacto defensivamente e a qualidade que tinha no campo de defesa, faltava na hora da criação.
O lance de maior emoção aconteceu aos 41 minutos do primeiro tempo, quando os palmeirenses tiveram mais um motivo para pegar no pé de Borja. Raphael Veiga partiu pela esquerda e cruzou, a bola passou por Everson e seus defensores e sobrou para o colombiano, que afoito, se jogou como estivesse em uma piscina e a bola caprichosamente bateu nele, perdeu força e até iria para o gol, mas Gustavo Henrique teve tempo para se recuperar e cortar a jogada. Uma chance inacreditável desperdiçada.
A paciência do torcedor do Palmeiras com o atacante parece ter chegado ao fim. Ele chegou a ser vaiado em alguns momentos e deixou o campo claramente sentido com a falha cometida.
Com a cara do treinador. Na segunda etapa, as duas equipes voltaram com características que destacam bem o estilo de jogo preferido de seus treinadores. O Santos tocava a bola, procurava um espaço e deixava o tempo passar. Era uma forma de tentar abrir a boa marcação alviverde.
O Palmeiras era mais objetivo. Pegava a bola e já lançava, tocava rápido e tentava chegar o quanto antes ao ataque. Felipão e Sampaoli passaram a colocar seus destaques, que estavam no banco, para tentar a vitória. Carlos Sánchez e Jean Mota no lado alvinegro e Bruno Henrique e Goulart no lado palmeirense.
As mudanças fizeram o Palmeiras crescer muito em campo e foi preciso que Everson trabalhasse bastante. Primeiro, Dudu aproveitou cruzamento de Felipe Pires e desviou de cabeça, para uma grande defesa do goleiro. Pouco depois, um lance incrível. Gómez cabeceou, o Everson defendeu, a bola bateu na trave e no rebote, Borja e Dudu trombaram e não conseguiram finalizar.
Os minutos finais foram de pressão do Palmeiras e um clima de tensão. Com a torcida empurrando o time, os palmeirenses correram, apostaram tudo nos cruzamentos para a área, em busca de uma bola certeira, que não apareceu e o placar não foi movimentado na Arena.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 0X0 SANTOS
PALMEIRAS: Weverton; Marcos Rocha, Luan (Antônio Carlos), Gómez e Victor Luis; Thiago Santos, Moisés (B. Henrique) e Raphael Veiga (R. Goulart); Dudu, Felipe Pires e Borja. TÉCNICO: Luiz Felipe Scolari.
SANTOS: Everson; Copete, Aguilar, Gustavo Henrique e Matheus Ribeiro; Yuri, Pituca (Carlos Sánchez), Jean Lucas e Cueva (Orinho); Rodrygo e Derlis González (Jean Mota). TÉCNICO: Jorge Sampaoli.
JUIZ: Flávio Rodrigues de Souza.
CARTÕES AMARELOS: Weverton, Jean Lucas, Antônio Carlos, Yuri e Cueva.
PÚBLICO: 33.980 pagantes (R$ 2.144.518,00).
LOCAL: Allianz Parque