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Palmeiras luta para livrar o Palestra

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Palmeiras, Affonso Della Monica, terá de se esforçar para conseguir livrar o Palestra Itália de uma interdição. Ele tem dez dias para provar ao juiz Nuncio Theophilo Neto, da 29ª Vara Vara Cível Central, do Fórum João Mendes, que o clube está em dia com as exigências de segurança requeridas pela legislação vigente e pelo Corpo de Bombeiros. O magistrado analisou nesta quinta-feira o caso e não chegou a conclusão alguma. Marcou uma audiência para o dia 28, às 13h30. Nesse encontro, estarão presentes o presidente do Palmeiras, o promotor de Justiça que pediu a interdição e representantes do Contru e do Corpo de Bombeiros. Na prática, este é um prazo vital para o Palmeiras, pois se forem confirmadas as irregularidades em seu sistema de segurança, principalmente quanto ao combate ao fogo, os associados e os torcedores palmeirenses não poderão mais freqüentar o clube e o estádio até que tudo seja acertado. A primeira dor de cabeça do novo presidente palmeirense começou na quarta-feira, quando o Ministério Público entrou com uma ação civil pública, com pedido de liminar, para o fechamento imediato do clube. Motivo? Falta de segurança e risco de morte dos freqüentadores. Num documento de 23 páginas, o promotor de Justiça Carlos Alberto Amin Filho, da área de Habitação e Urbanismo da Cidade, apontou todos os problemas de segurança existentes na área de 40 mil metros quadrados da sede social do Palmeiras, localizada no bairro da Pompéia, Zona Oeste de São Paulo. Num dos trechos, o documento justifica a ação: "Diversos são o problemas que afetam as condições de segurança do referido estádio e clube, abrangendo seus respectivos sistemas de incêndio que se encontram inoperantes, assim como as deficientes saídas de emergências e o inadequado armazenamento de líquido ou gás inflamável." A ação se baseia em vistorias feitas pelo Corpo de Bombeiros e Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis), órgão da Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano da Cidade. A Agência Estado teve acesso à petição inicial da ação promovida pelo promotor Carlos Alberto Amin Filho e levantou 17 itens listados pelo Corpo de Bombeiros, que colocariam o torcedor e o associado do Palmeiras em constante situação de risco. Advogados do departamento jurídico do clube estiveram nesta quinta-feira na 29ª Vara Cível Central para tomar conhecimento do teor da ação. Até quarta à noite, o assessor jurídico do presidente Della Monica, Antônio Carlos Corcione, dizia desconhecer o motivo da proposta da ação pública. "Estivemos hoje com o juiz Nuncio Neto e explicamos a ele que o promotor público em questão usou documentos e vistorias de 2001, portanto, já defasados. Então propus que as partes se encontrem e façam nova avaliação do clube e do Palestra", explicou o advogado palmeirense. No documento do MP, entretanto, as vistorias mencionadas referem-se às datas de 11 de fevereiro deste ano, feita pelo Corpo de Bombeiros, e outubro de 2004, feita pela Contru. As informações, portanto, são desencontradas nesse momento. O promotor de Justiça Carlos Alberto Amin Filho recusou-se nesta quinta-feira a dar declarações sobre o assunto. O Contru, embora reconheça todas as irregularidades apontadas pela vistoria dos bombeiros, não interditou o clube e o estádio. Para o órgão, o Palmeiras está cumprindo as exigências, mesmo com seu cronograma atrasado. A assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiro preferiu não comentar sobre o tema, assim como seus oficiais mais graduados. Segundo Corcione, foi o próprio Palmeiras quem solicitou a vistoria do Corpo de Bombeiros neste ano. "Mas fizemos isso apenas para poder fazer o nosso Carnaval. A área vistoriada foi o ginásio", informou. Ocorre que o Carnaval este ano acabou dia 8 de fevereiro. E a vistoria foi feita dia 11 do mesmo mês. O juiz da 29ª Vara Cível, Nuncio Theophilo Filho, entende que a matéria é complexa e, portanto, necessita de melhores explicações. Para ele, a proposta da ação se baseia em laudos "não tão recentes" e pega carona num procedimento instaurado em 2001.

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