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Palmeiras usa bonificação da Crefisa para abater parte da dívida com a própria patrocinadora

Decisão foi tomada pela gestão anterior e prevê que o clube use os R$ 12 milhões que ganhou pelo título da Libertadores para reduzir o débito com a empresa, que chega a R$ 130 milhões

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Por Ricardo Magatti
Atualização:

O Palmeiras vai usar os R$ 12 milhões de bonificação que recebeu da Crefisa pelo título da Libertadores para abater parte da dívida com a própria patrocinadora, hoje em torno de R$ 130 milhões. O clube é presidido por Leila Pereira, que também é dona das empresas que patrocinam a agremiação, mas, segundo a diretoria, essa decisão foi tomada pela gestão anterior, de Maurício Galiotte.

"Em minha gestão, caso ocorra qualquer situação envolvendo os patrocinadores Crefisa e FAM, o assunto será submetido ao COF (Comitê de Orientação Fiscal) ou ao Conselho Deliberativo do Palmeiras. O que estes conselhos decidirem será aplicado", assegura a presidente Leila Pereira.

Leila Pereira substituiu Maurício Galiotte no comando do Palmeiras, assumindo em janeiro deste ano Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

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A informação foi publicada inicialmente pelo ge.globo e confirmada pelo Estadão. O Palmeiras já vinha usando a bonificação da Crefisa em títulos anteriores para amortizar a dívida com a patrocinadora. A dívida com a empresa, segundo dirigentes do clube, está controlada.

Com esse bônus e as parcelas que o Palmeiras vai receber pelas transferências do atacante Carlos Eduardo ao Athletico-PR e do volante Bruno Henrique ao Al-Ittihad, da Arábia Saudita, o débito com a patrocinadora deve cair para R$ 110 milhões neste fim de 2021 ainda.

No início de 2022, a previsão, segundo os cálculos do Palmeiras também, é de que a dívida esteja abaixo de R$ 100 milhões. Isso porque o clube vai receber em breve parte dos R$ 20 milhões referentes à venda de 50% dos direitos econômicos de Borja ao Junior Barranquilla. 

Responsável por patrocinar a equipe desde 2015, a instituição financeira chegou a ser credora de um empréstimo no valor de R$ 170 milhões no início de 2020. Desde então, a pendência vem diminuindo. A dívida é referente a investimentos da patrocinadora na compra de jogadores como Borja, Guerra, Lucas Lima, Luan, Bruno Henrique e Deyverson.

Em janeiro de 2018, o Palmeiras e a empresa assinaram um termo aditivo sobre o formato da operação utilizada entre ambos para contratar jogadores com recursos vindos da patrocinadora. Em vez de configurar como compras de propriedade de marketing, passou a ser um empréstimo com juros corrigidos pela CDI. O acordo foi refeito para se adequar a uma exigência da Receita Federal, que multou a Crefisa no fim de 2017 por considerar inadequado o formato utilizado anteriormente.

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O formato do empréstimo obriga o Palmeiras a devolver o valor recebido pelas vendas desses atletas em até dois anos após a saída deles para outras equipes. O clube fica com um possível lucro. A patrocinadora não coloca mais dinheiro em contratações de atletas, como reforçou Leila em entrevista recente ao Estadão. Ela afirmou que o clube "tem de andar com as próprias pernas".

O Palmeiras deve fechar 2021 com arrecadação próxima de R$ 900 milhões. O clube recebeu uma premiação de aproximadamente R$ 164,5 milhões ao longo da temporada. E voltou a contar com o dinheiro de bilheteria desde novembro.

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