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Palmeiras x São Paulo: contra tabus

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Por Agencia Estado
Atualização:

Palmeiras e São Paulo iniciam nesta quarta-feira a disputa por uma vaga nas quartas-de-final da Copa Libertadores da América deste ano com a necessidade de romper tabus. O alviverde nunca conseguiu derrotar o tricolor em jogos válidos pelo principal torneio interclubes do futebol sul-americano. Por sua vez, os são-paulinos sempre terminaram vice-campeões nas duas vezes em que eliminaram os palmeirenses da Libertadores. Nos quatro jogos disputados entre os dois rivais pela competição foram três vitórias do São Paulo e um empate. O Palmeiras nunca conseguiu vencer seu adversário pela Libertadores. No quesito gols, o São Paulo lidera pelo placar de 6 a 2. No retrospecto geral, os dois rivais enfrentaram-se 267 vezes, com 91 vitórias são-paulinas, 89 triunfos palmeirenses e 87 empates, com 352 gols do São Paulo e 346 do Palmeiras. Curiosamente, ao contrário do que se espera para este ano, os jogos entre Palmeiras e São Paulo pela Libertadores não costumam atrair grandes legiões de torcedores. O público somado das quatro partidas disputadas até hoje é de pouco mais de 60.000 torcedores. Além do retrospecto desfavorável, outro fator que perturba os palmeirenses mais supersticiosos é que o jogo de volta contra o São Paulo será disputado em 25 de maio, um dia antes do feriado de Corpus Christi, rebatizado ironicamente pelos torcedores rivais como "Porcus Tristis" por causa dos resultados ruins que o Palmeiras costuma obter durante a semana da data religiosa. O mais recente e traumático desse jogos foi a eliminação para o Boca Juniors na semifinal da Libertadores de 2001. Os primeiros dois choques entre os tradicionais clubes paulistas ocorreram na primeira fase da Libertadores de 1974, em jogos válidos pelo Grupo 2. O Palmeiras classificou-se como campeão brasileiro e o São Paulo, como vice. Seus rivais naquela fase foram os bolivianos Jorge Wilstermann e Deportivo Municipal. Em 30 de março de 1974, o São Paulo bateu o Palmeiras por 2 a 0 no Morumbi, com dois gols de Terto no primeiro tempo. Além de sair em desvantagem na disputa, o alviverde perdeu seu jogo seguinte para o Jorge Wilstermann e se complicou de vez. A partir dali, o São Paulo precisaria apenas administrar a vantagem para se classificar, pois apenas um time passaria para a fase seguinte, que já seria o triangular semifinal. O tricolor seguiu praticamente sem tropeços e chegou ao segundo jogo com o Palmeiras como líder do grupo. Em 24 de abril no Parque Antártica, o São Paulo voltou a vencer o rival, dessa vez por 2 a 1. O Palmeiras chegou a abrir o marcador, numa cobrança de pênalti convertida por Ronaldo aos 39 minutos do primeiro tempo. Mas o São Paulo empatou com Mauro dois minutos depois e Chicão selou a virada tricolor aos 27 da etapa final. O São Paulo manteve a seqüência de bons resultados e classificou-se com quatro vitórias e dois empates. O Palmeiras chegou em segundo lugar, com três vitórias e três derrotas, campanha insuficiente para superar a do adversário. Qualificado para o triangular semifinal, o tricolor paulista enfrentou e eliminou os colombianos do Millonarios e os peruanos do Defensor Lima, classificando-se para a decisão com o Independiente, da Argentina, pelo qual foi derrotado. Vinte anos depois, Palmeiras e São Paulo voltaram a ficar frente a frente pela Libertadores. Os dois rivais encontraram-se nas oitavas-de-final, assim como acontecerá este ano. O alviverde, então campeão brasileiro, chegou para o confronto depois de enfrentar Cruzeiro, Boca Juniors e Vélez Sarsfield na primeira fase e classificar-se com certo sufoco. Entre os grandes feitos do Palmeiras na Libertadores daquele ano está uma goleada por 6 a 1 aplicada sobre o Boca no Parque Antártica, a maior já sofrida pelo time mais popular da Argentina em torneio internacionais. O confronto era um verdadeiro duelo de gigantes. O Palmeiras estava recheado de craques trazidos pela milionária parceria com a Parmalat e tinha Evair, Zinho, Edílson e Edmundo, entre outros. O São Paulo, então bicampeão da Libertadores, não tinha mais Raí, mas contava com Cafu, Palhinha, Juninho e Müller. Por ter vencido o sul-americano do ano anterior, o regulamento permitia ao São Paulo estrear somente nas oitavas-de-final. O jogo de ida foi disputado em 27 de abril no Pacaembu e terminou num empate sem gols em uma grande atuação do goleiro são-paulino Zetti. Por causa da Copa do Mundo daquele ano, a partida de volta só seria disputada quase três meses depois, em 24 de julho. Nesse intervalo, o Palmeiras conquistou o bicampeonato paulista, foi eliminado da Copa do Brasil pelo Ceará e fez uma cansativa excursão ao Japão, retornando ao Brasil apenas dois dias antes do jogo contra o São Paulo, fato que desagradou a Vanderlei Luxemburgo, técnico do Palmeiras na ocasião. Com dois gols de Euller, o tricolor eliminou o alviverde ao derrotá-lo por 2 a 1. O tento palmeirense foi marcado por Evair nos acréscimos. O São Paulo seguiu na competição, bateu o Unión Española, do Chile, nas quartas-de-final, derrubou o Olímpia, do Paraguai, na semifinal, mas foi derrotado nos pênaltis pelos argentinos do Vélez Sarsfield em pleno Morumbi, novamente terminando vice-campeão depois de eliminar o Palmeiras. Agora, a missão desses dois rivais históricos é romper os tabus que a Libertadores impôs a ambos.

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