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Pandemia encerra ligas europeias sem a definição de vencedores e rebaixados

Países como Chipre, Holanda e Luxemburgo vivem a frustração de terem disputado temporada que não teve campeão

Por Ciro Campos
Atualização:

A pandemia do novo coronavírus deixou vários jogadores frustrados pela Europa não só por não poder entrar em campo, mas também por saber que toda a temporada disputada antes de paralisação não valeu para muito. Isso porque em alguns países do velho continente as ligas locais decretaram nas últimas semanas que os campeonatos não teriam vencedor nem times rebaixados.

A Uefa permitiu que cada país tivesse a autonomia de decidir o que faria com a paralisação do calendário aplicada em março para evitar o contágio da doença. O cenário possibilitou diferentes formas de lidar com o problema. Na Alemanha, por exemplo, o campeonato foi retomado, algo que será feito também pela Inglaterra. Já na França e na Escócia, a disputa foi finalizada e quem estava na frente acabou declarado como vencedor. Por outro lado, houve casos em que o país encerrou a competição e declarou que a temporada acabou sem campeão nem rebaixados ou promovidos da segunda divisão.

Alef, do APOEL, ficou frustrado após campeonato do Chipre ser cancelado Foto: APOEL/ Divulgação

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Segundo levantamento feito pelo Estadão, esse último cenário foi o escolhido em três países: Holanda, Luxemburgo e Chipre. Apesar de todas essas ligas estarem a poucas rodadas do fim, a decisão foi por terminar a temporada e apenas pensar qual seria o critério de classificação para indicar os times representantes nacionais na próxima edição da Liga Europa e da Liga dos Campeões.

Quem estava em campo envolvido com os torneios, não gostou de saber do fim antecipado das ligas. O meia Alef, do APOEL, do Chipre, ficou decepcionado porque o time dele liderava o campeonato local e se preparava para a disputa da fase decisiva. "É uma temporada que não valeu de nada. Jogamos, tentamos e lutamos para no fim não ter resultado. Acho que se fosse para cancelar, que ao menos se declarasse um campeão", afirmou ao Estadão.

Segundo Alef, no futebol cipriota houve uma pressão nos bastidores por parte de alguns times favoráveis ao encerramento. "Quem estava na parte de baixo da tabela, queria que parasse o futebol, só para não ter rebaixamento. Para esses times, seria melhor terminar sem descer de divisão, porque pelo menos ganha uma chance de permanecer e manter o orçamento para o próximo campeonato", disse o jogador revelado pela Ponte Preta.

Alef comemorou a chegada da primeira filha, Sofia, em plena pandemia e contou que o APOEL chegou a voltar a treinar nas últimas semanas por confiar no retorno do futebol. "Tivemos várias reuniões com a diretoria e treinadores pedindo para jogar. O time deixou claro que não era para parar a liga. Mas do campeonato todo, só uns três times queriam continuar", lamentou. O meia de 25 anos vai se despedir do Chipre em breve, pois estava emprestado por uma temporada e agora deve retornar ao Braga, de Portugal.

Em outro país a ter a temporada cancelada, a Holanda, a revolta maior vem do time líder da segunda divisão. O Cambuur liderava o torneio com 11 pontos de vantagem sobre o terceiro colocado. Como somente os dois primeiros garante acesso, a equipe reclamou bastante da decisão do encerramento, pois a chance de voltar à elite acabou frustrada. Restavam somente nove jogos para disputar.

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"Todos os clubes sofreram um golpe pela crise do coronavírus, mas nós tivemos um golpe duplo, porque perdemos nosso acesso de divisão", criticou o diretor técnico Foeke Booy. "Nós terminamos a temporada de mãos vazias depois de fazer um grande trabalho. Isso é doloroso. Agora vamos ter de começar tudo do zero, mesmo depois de estarmos a alguns passos da nossa promoção", lamentou.

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