Para Dunga, eliminação de 1990 doeu mais do que em 1998

Treinador volta ao estádio onde perdeu o mundial para a França

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Por Rodrigo Viga Gaier
Atualização:

O técnico da seleção brasileira, Dunga, admitiu nesta quarta-feira que a eliminação na Copa do Mundo de 1990 doeu mais do que a derrota na final do Mundial de 1998 para a anfitriã França, porque ele foi considerado responsável pela campanha ruim na Itália.

Após a eliminação precoce no Mundial de 1990, o futebol apresentado pela seleção brasileira foi apelidado de "era Dunga", numa alusão ao volante da equipe brasileira que tinha características de marcação mas pouca criatividade. "Em 1990, seguramente doeu mais porque toda responsabilidade foi colocada no meu nome.... e até hoje colocam", disse ele a jornalistas em Paris, local do amistoso entre Brasil e França na quinta-feira.

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O jogo acontecerá no Stade de France, onde o Brasil perdeu a final do Mundial de 1998 para o time da casa por 3 x 0. O capitão daquela seleção era justamente o atual técnico da equipe brasileira. "Perder sempre dói muito, ainda mais numa final de Copa do Mundo ...queríamos ganhar em 98 mas jogar contra um país que está organizado e com grandes jogadores é muito complicado", afirmou.

Apesar do reencontro com o Stade de France 17 anos depois, Dunga rechaça o clima de revanche e avalia que depois da Copa de 2014 o Brasil precisa consertar os erros do passado recente e olhar para frente para garantir sua vaga no Mundial de 2018, na Rússia. O treinador voltou a defender a máxima de que na seleção brasileira um jogador precisa ter três qualidades: atitude, espírito vencedor e obediência tática. "No papel dá tudo certo e todo mundo é bom, mas dentro de campo é que as coisas mudam."

A equipe para o amistoso com os franceses não foi revelada pelo treinador e a principal dúvida é quem será o companheiro de ataque de Neymar: Firmino, Robinho e Luiz Adriano são as opções. O jogo deve marcar a volta do ex-capitão da seleção brasileira Thiago Silva ao time titular. Dunga quer equilíbrio emocional do zagueiro, depois que algumas atitudes dele foram questionadas em momentos decisivos do Mundial em casa.

"Os jogos vão poder mostrar se ele superou a Copa ou não. Acreditamos nele e na capacidade técnica dele", avaliou Dunga. "Somos latinos e emotivos, mas o mais importante é conseguir controlar a emoção do bem ou do mal nos momentos de maior pressão." No domingo o Brasil faz um outro amistoso, contra o Chile, em Londres.

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