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Para Joseph Blatter, marca de mil gols de Romário é 'oficial'

Após entrega do dossiê da CBF, presidente da Fifa afirma confiar nas estatísticas do jogador do Vasco

Por Jamil Chade
Atualização:

Para compensar a ausência mais que notada de Pelé, um dos maiores símbolos do Brasil no mundo, a Fifa foi obrigada até mesmo a reconhecer que a marca de mil gols de Romário é "oficial". Nesta terça-feira, a CBF não incluiu Pelé no evento de entrega do dossiê do Brasil à Fifa sobre como pretende organizar o Mundial de 2014. Veja também:  Após o Pan, você acha que o Brasil tem condições de sediar uma Copa? Conheça as cidades candidatas a sede da Copa de 2014 Mas a campanha para 2014 não teve como evitá-lo: o rei estava em várias das imagens mostradas no vídeo exibido na cerimônia sobre o futebol nacional. A ausência foi tão constrangedora que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, quebrou a longa tradição da entidade de não comentar recordes de gols de um jogador. O suíço garantiu que os mil gols de Romário são "oficiais" e que "confiava nas estatísticas do jogador". "Acreditamos que esse seja mesmo o número", disse. Mas não deixou de ironizar a qualidade dos times enfrentados por Romário. "A única dúvida é se goleiros estavam em boa posição", disse. Além de Romário, a CBF convidou Paulo Coelho para o evento. "É como se 180 milhões de brasileiros estivessem aqui", afirmou Teixeira, que para o anúncio da vitória do Brasil no processo de seleção em outubro pretende levar a Zurique Gisele Bündchen e o presidente Luis Inácio Lula da Silva. Potência Além dos dois representantes da sociedade brasileira, a estratégia da CBF foi a de apresentar um vídeo com imagens e informações de um País sem problemas. Foram doze minutos de promoção do Brasil como destino de investimentos e de discursos de potência. Enquanto as imagens mostravam cidades e cenários do País, dados eram projetados, como o crescimento do PIB, o fato de ser a décima maior economia do mundo e o décimo maior complexo industrial do planeta. Segundo o vídeo, o Brasil ainda representa 35% do PIB da América Latina, registrou o maior programa de privatização do mundo, com US$ 130 bilhões de investimentos, e um fluxo de capital que aumentou em 3 mil por cento em dez anos. Com imagens de um país industrializado e urbanizado, a campanha apresentou o Brasil como "um país de oportunidades sem fim". O único sinal de que a realidade não era bem assim surgiu quando o vídeo deixou claro que a classe média no país era de 10,5 milhões de pessoas, chamando a atenção da imprensa estrangeira que estava sendo bombardeada com o dado de que o País tinha 188 milhões de habitantes. "Onde estão os demais 177 milhões nas estatísticas", questionou uma jornalista canadense.

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