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Para promotores, Heber não é da máfia

O escândalo da arbitragem

Por Agencia Estado
Atualização:

Os promotores José Reinaldo Carneiro e Roberto Porto, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), disseram nesta quinta-feira que vão investigar a pressão de dirigentes sobre os árbitros para manipular os resultados de jogos de futebol. Esse seria o caso do árbitro paranaense Heber Roberto Lopes, acusado de fraude em jogo do Campeonato Brasileiro. "O caso de Heber Roberto Lopes (árbitro que já apitou 16 jogos do Campeonato Brasileiro de 2005) é de pressão de dirigentes. Nada tem a ver com a máfia do apito", garantiu José Reinaldo Carneiro, que participou, ao lado de Roberto Porto, de audiência pública nesta quinta-feira na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, em Brasília. Heber foi envolvido no escândalo após depoimento do empresário Nagib Fayad à CPI dos Bingos, quarta-feira, em Brasília. Segundo o chefão da máfia do apito, o árbitro paranaense teria favorecido o Botafogo no jogo com o Juventude, dia 11 de junho, pelo Brasileirão. Opiniões - Na audiência desta quinta-feira, José Reinaldo Carneiro defendeu a decisão do STJD, que anulou as 11 partidas apitadas por Edílson Pereira de Carvalho no Brasileirão. "Melhor que tenha sido assim. Esses árbitros que manipularam os resultados mentem muito. Podem estar mentindo quando dizem que não tiveram influência num ou noutro jogo", afirmou o promotor. "Não é hora de pensar no prejuízo de um ou outro clube, mas combater uma crise que prejudica todo o futebol. Não interessa se a anulação beneficiou o São Paulo, o Corinthians ou outro clube. O contato com o ex-árbitro Edílson demonstrou que ele não merece a mínima confiança e que seria impossível analisar os vídeos dos jogos e avaliar sua participação nos resultados", explicou José Reinaldo Carneiro. Já Roberto Porto defendeu a profissionalização da arbitragem brasileira, para evitar que escândalos como esse atual voltem a acontecer. Tanto ele quanto José Reinaldo Carneiro criticaram o fato de que os árbitros, no sistema atual, são apenas prestadores de serviço. Novos depoimentos - Depois dos promotores que investigam a máfia do apito, os ex-árbitros Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon, ambos réus confessos no escândalo de manipulação de resultados, serão os próximos ouvidos pelos deputados. Eles têm audiência na próxima quarta-feira na Comissão de Turismo e Desporto.

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