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Para Robinho, só faltou a Libertadores

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Por Agencia Estado
Atualização:

São 18h34 e Ricardinho assume o papel que lhe cabe quando o assunto é Robinho. Aquele que apenas o técnico Parreira, da seleção, não aceita. Como coadjuvante que é, atende à ordem gritada pela torcida, pega a bola e a entrega a Robinho. O dono da festa, o que sofreu o pênalti. Edson Bastos coloca-se um passo atrás da linha do gol. Robinho olha fixamente para a bola, parece que está lhe dando uma ordem. Avança três passos e ela se encaminha para o canto direito alto de Edson Bastos, caído no canto esquerdo. Não saiu na foto. A foto que interessa é a próxima. Giovanni, o velho ídolo, de volta após dez anos de Europa, levanta Robinho, o novo ídolo, o ídolo eterno, o que a História não esquecerá. A torcida vai à loucura. Lamentam o pouco tempo que passaram juntos. Apenas seis jogos. Robinho entrou no campo às 18h05, mas já estava no estádio desde as 17 horas. Junto com Rogério, o lateral imortalizado como a primeira vítima das pedaladas. A jogada, na decisão do Brasileiro de 2002, é repetida incessantemente no placar eletrônico, em clipe de 2 minutos. Um mar de crianças, mais de 100, seqüestra Robinho em sua entrada. Os aplausos são tantos, os gritos são tantos, que o Figueirense se dá ao luxo de não receber única vaia na entrada. O show começa aos cinco minutos, com uma pedalada. Aqueles que não gritaram seu nome na entrada, começam a se render. Sabem que hoje é dia de Robinho. Teve ainda chapéu seguido de lançamento para Wendell. E o 2º gol, aos 30. Já são 81 com a camisa do Santos. Novamente, de pênalti. Edson Bastos atrás da linha ? quem ele pensa enganar assim? ? e, uma vez mais, a bola aceita a ordem de Robinho. Vai para o canto esquerdo. O goleiro está no outro. Fora da foto, de novo. Os 12 minutos mágicos do meio do 1º tempo levam o Santos a vencer por 4 a 0. A despedida tem tudo para ser em ritmo de goleada inesquecível. Mas, em 11 minutos surpreendentes, comandado por Cléber e Edmundo, o Figueirense se transforma em Liverpool e faz três. Robinho se transforma. Deixa de ser o responsável pela alegria para assumir o papel de bálsamo para o desespero. O Santos agüenta e o jogo termina. Edmundo e Zé Elias, velhos desafetos do Corinthians, se abraçam. Os repórteres cercam Robinho, que está aplaudindo e sendo aplaudido pela torcida. ?Estou muito feliz em me despedir com gols. Não sou de forçar cartão amarelo e vou ajudar o Santos, lá em Belém?, disse ele em entrevista coletiva após a partida. Na despedida da Vila, ele agradeceu aos Santos, aos companheiros e em alguns momentos se mostrou emocionado. Disse que levava mais alegrias que tristezas e reconheceu que foi o protagonista de uma geração que mudou a história do clube e garantiu que vai sentir falta do carinho das crianças. ?Elas têm sentimento puro. É muito gostoso receber o carinho delas?, afirmou. Robinho lembrou, no entanto, que ficou faltando uma coisa. ?Se ficou faltando uma coisa, foi o título da Libertadores, que eu não consegui. Quem sabe eu ainda volto ao Santos, para ganhar a Libertadores??, indagou. Sua apresentação oficial com a camisa 10 está marcada para sábado ? o Real Madrid pôs um jatinho à disposição do craque para agilizar a viagem. No campo, seu primeiro contato com a torcida será no dia 11, contra o Celta ? no Santiago Bernabéu ? pela 2ª rodada do Espanhol. Ele não joga contra o Cadiz, domingo, fora de casa.

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