Um gol de pênalti de Solano e um pênalti defendido pelo goleiro Ibañez livraram o técnico brasileiro Paulo Autuori de mais uma derrota no comando da seleção peruana, nas Eliminatórias para o Mundial de 2006. Mas o empate diante do Paraguai (1 a 1), nesta quarta-feira, em Assunção, teve sabor amargo. Depois de sofrer com os inúmeros cruzamentos no primeiro tempo, o Peru equilibrou na segunda etapa, chegou ao empate e por duas vezes teve a chance de virar o jogo. "Merecíamos ganhar, apesar de ter sido um bom resultado levando-se em conta o rival. Enquanto os dirigentes confiarem em mim, não saio. O importante é a maneira como o grupo encara o trabalho", afirmou Autuori. O empate, ao menos, alivia a pressão sobre o trabalho de Autuori, que vem sendo criticado pelos torcedores e pela imprensa do Peru desde o fiasco na Copa América, em julho. Mas mostra como era irreal o plano do treinador de ganhar os nove jogos restantes para conquistar uma vaga na Copa. O empate serviu para o Peru respirar na classificação. Deixou a lanterna e chegou aos 10 pontos, mas com melhor saldo de gols do que Venezuela e Bolívia. Para o Paraguai, o resultado foi ruim. O time se mantém na terceira colocação, com 16 pontos, mas fica mais distante de Brasil e Argentina, os dois melhores até agora, e pode ganhar a companhia do Equador, que tem 13 e joga nesta quinta-feira - os equatorianos enfrentam a Venezuela, em San Cristóbal. O jogo desta quarta-feira pode ser dividido em duas partes. Na primeira, apenas o Paraguai jogou. Criou inúmeras oportunidades nos 45 minutos iniciais e perdeu a chance de ir para o intervalo com uma vantagem satisfatória. Logo aos 10 segundos, Cardozo apareceu cara a cara com Ibañez e perdeu a primeira chance. Nos 45 minutos restantes, o Paraguai apelou para a jogada mais do que manjada: os cruzamentos. Aos 8, Cardozo acertou o travessão. Sete minutos depois, outro cruzamento e outra cabeçada - desta vez de Enciso -, que o goleiro Ibañez defendeu no susto. No rebote, Cardozo errou a conclusão e o goleiro peruano salvou mais uma vez. Aos 28 minutos, não teve jeito. Torres levantou da esquerda e Paredes, livre, mandou a bola na trave. Na volta, a bola sobrou novamente para Paredes, que não perdoou: 1 a 0. No segundo tempo, os paraguaios abdicaram do ataque e preferiram apostar nos contra-ataques. Mas a seleção peruana passou a minar os pontos fracos do adversário e ganhou espaço no meio-de-campo. Autuori foi feliz ao trocar Mendoza por Guerrero. No primeiro lance, Guerrero invadiu a área e foi derrubado por Villar. Pênalti. Na cobrança, Solano deixou tudo igual. Aos 40 minutos, o emprego de Autuori quase foi por terra. Pênalti de Vargas sobre Bareiro e, na cobrança de Enciso, Ibañez livrou o Peru. No último lance do jogo, Palacios escapou pela direita e cruzou. Guerrero e Farfán fecharam na pequena área. O primeiro não alcançou e o segundo mandou a bola pelo lado de fora da rede. Por pouco não saiu o gol da vitória peruana. "O Paraguai se fez dono do jogo no primeiro tempo, mas mostramos ambição na segunda metade e, de maneira justa, chegamos ao empate", concluiu Autuori.