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Paralisação do futebol vai aumentar engajamento dos torcedores, diz especialista

'O momento atual traz oportunidade a clubes e atletas com a produção de conteúdo para engajamento ainda maior de torcedores e fãs', diz Fábio Wolff

Por Raul Vitor
Atualização:

A paralisação do futebol brasileiro devido à pandemia da covid-19, a princípio, pode parecer um problema para as equipes de futebol. Contudo, segundo Fábio Wolff, MBA em Indústria do Futebol pela Universidade de Liverpool, Inglaterra, a modalidade também pode se beneficiar disso no futuro.

"O momento atual traz oportunidade a clubes e atletas com a produção de conteúdo para engajamento ainda maior de torcedores e fãs, além da possibilidade de realizar diversas ações em prol do combate à covid-19 e relacionadas ao terceiro setor", afirmou Wolff, que também é sócio-diretor de uma das agências que mais fecham contratos de patrocínio em esportes no Brasil.

Estádio do Pacaembu vira hospital de campanha em razão do coronavírus. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Apesar do otimismo num momento em que o esporte se desmorona e o futebol, particularmente, não existe mais, o especialista não nega que clubes podem enfrentar prejuízos gigantescos, mas enfatiza que os problemas são gerais, momentâneos e reversíveis. As principais ligas da Europa estão adiadas até o fim de abril. Outras modalidades, como tênis e basquete, também foram interrompidas, com todos os seus eventos cancelados. A Fórmula 1 já adiou seis provas e estima poder começar a temporada somente no segundo semestre. 

Ocorre que as pessoas amam o esporte e esse período de ausência dos eventos fará com que a audiência seja ainda maior

Fábio Wolff, especialista do mercado

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"A paralisação traz problemas aos times de maneira generalizada em função da redução inesperada de receita de bilheteria, patrocínio, programa sócio-torcedor, venda de produtos durante os 90 minutos e direitos de TV. Aos atletas, a paralisação gerou uma interrupção nas atividades, férias fora de época nos times grandes, alguns clubes reduziram os salários e uma eventual dispensa nas equipes menores", disse Wolff. "Ocorre que as pessoas amam o esporte e esse período de ausência dos eventos fará com que a audiência seja ainda maior. E quando for novamente possível, com grande presença dos torcedores nos estádios e arenas. Todos estão sentindo falta de esportes, do futebol. Isso fará com que parte das perdas sejm compensada".

Os campeonatos sob a tutela da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) estão suspensos por tempo indeterminado. Pararam dia 16 de março. Diversas federações estaduais de futebol optaram por paralisar suas competições. A CBF tomou a dianteiro nesse processo, sem data para tudo ser retomado. Nesta semana, o Corinthians, que disputava o Campeonato Paulista, suspenso pela FPF, decidiu conceder férias para funcionários, atletas e comissão técnica entre os dias 1.º e 30 de abril. A maioria dos clubes confirmaram 20 dias iniciais. A decisão foi tomada em conjunto com os clubes da Série A.