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Parmalat impulsiona time de Jundiaí

Por Agencia Estado
Atualização:

Quando assumiu o controle do futebol em Jundiaí, no dia 18 de maio de 1998, a direção da Parmalat não esperava enfrentar tantas dificuldades para levar seu time à elite do futebol paulista e brasileiro. Três anos depois, o investimento de US$ 6 milhões pode dar o esperado resultado em campo. Mais importante ainda são as lições aprendidas no interior paulista, onde nem sempre só o dinheiro é o que interessa. A idéia fixa era formar um clube-empresa onde o grupo tivesse plenos poderes para desenvolver seus projetos no futebol brasileiro. Evitaria, assim, surpresas desagradáveis como as chantagens dos dirigentes do Palmeiras nas véspera de renovações de patrocínio ou nas definições para os investimentos no time. O contrato com o antigo Paulista tem duração de 30 anos, portanto, só acaba em 2028. A Parmalat paga R$ 25 mil por mês a título de aluguel do estádio "Jaime Cintra", dinheiro que é utilizado para quitar débitos do clube, a maioria com ações trabalhistas. No início, a direção da empresa se surpreendeu com a forte rejeição da torcida ao novo nome do time: Etti Jundiaí Futebol Limitada. A falta de habilidade e sensibilidade para reconhecer a identidade cultural do clube e da cidade também geraram conflitos internos, contornados só ao longo dos anos. O antigo Paulista de Jundiaí, fundado em 1909, é um dos mais tradicionais clubes profissionais de São Paulo, chamado carinhosamente por sua torcida de Galo do Japi. Sua camisa tricolor - preto, vermelho e branco - foi, abruptamente, substituída por um vermelho alaranjado apelidado de "tomatão". Os planos em Jundiaí foram desenvolvidos por Marcos Bagatella, ex-braço direito de José Carlos Brunoro, no Palmeiras. Ele cometeu alguns equívocos em contratações, dispensas de técnicos e jogadores mas conseguiu estruturar o setor administrativo do clube . A Parmalat também empurrou para o Etti alguns jogadores considerados "indesejáveis" como o atacante Miradinha, ex-Corinthians. "Só depois de arrumar o clube é que pudemos trabalhar com calma na parte de futebol", explica o gerente de futebol, Wilson Coimbra, que passou toda a década de 90 como goleiro reserva do Corinthians. Ele também garante que três anos é mesmo o prazo de "maturação" para o clube que pretende chegar à elite paulista. A Ponte Preta demorou este tempo e, mais recentemente, o são Caetano subiu em duas temporadas. "Nosso elenco é formado basicamente por jovens formados no clube. Temos quatro ou cinco jogadores experientes, que foram contratados justamente para ser o ponto de equilíbrio", justifica Coimbra. Entre os titulares, destacam-se o goleiro Artur, o lateral Julinho, o meio-campo Fábio Gomes e o meia Marcinho que, além do título, podem ter seus passes valorizados com a participação na elite de São Paulo. No grupo do "veteranos" está o meio-campista Vagner Mancini, ex-Guarani e Portuguesa, e o volante Luis Carlos Goiano, campeão mundial interclubes pelo Grêmio. No ataque, o destaque é o veterano Zinho, de 34 anos, que já marcou oito gols mesmo só tendo disputado alguns jogos da parte final do returno. Este é a terceira participação do time de Jundiaí na primeira divisão. O primeira aconteceu de 1968 a 1978; a segundo, de 1984 a 1986. Se a torcida de Jundiaí está pronta para soltar o grito de "é campeão" preso há 15 anos ( time caiu em 1986), a Parmalat está esperando o título para ampliar suas ações na cidade. Planos arrojados - Em termos de futebol, a meta está definida. O objetivo é ficar em 2002 entre os seis primeiros colocados da Série A-1 Paulista, além de chegar à Série A do Campeonato Brasileiro dentro de dois anos. O time vai lutar, nesta temporada, pelo título da Série C. Mas ninguém confirma como este objetivo seria atingido. O grupo Parmalat poderia se reforçar com alguns jogadores de peso, como o meia Alex, do Palmeiras, e o lateral Júnior e o meia Amoroso, do Parma da Itália. "Não há nenhum plano neste sentido", garante Coimbra. Os passes dos jogadores da Parmalat estão todos vinculados ao Etti Jundiaí, agora único representante da empresa no Brasil. O clube promete investir num grande centro de treinamento, munido de oito campos de futebol, alojamentos e toda infra-estrutura. O que é certo mesmo é que o Etti Jundiaí não chega à primeira divisão paulista por acaso. Entra na elite pela porta da frente , como uma grande força.

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