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Parreira: feliz na África do Sul, mas com saudade dos netos

Técnico, que já comandou a seleção em dois jogos, elogia a infra-estrutura do país

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Por Agencia Estado
Atualização:

A experiência de quem já trabalhou ou visitou mais de 120 países e passou boa parte da vida profissional fora do País não é suficiente para deixar o atual técnico da África do Sul, Carlos Alberto Parreira, num estado de blindagem emocional quando o assunto diz respeito aos netos, todos ainda novinhos: Lucas, Rafael e Letícia, a mais velha, de 3 anos. ?Nunca senti isso. Às vezes, dá uma balançada. É muito bom poder tê-los ao lado e acompanhar as fases de aprendizado e crescimento de cada um deles?, disse, em entrevista ao estadão.com.br. A possibilidade de ficar próximo dos netos e de toda a família foi determinante para um acordo recente entre Parreira e a direção da Federação de Futebol da África do Sul: ambos abriram mão de uma eventual multa de rescisão de contrato. O vínculo do treinador com a seleção vai até 2010, ano do Mundial. ?Estou começando um trabalho novo, com todo o apoio dos dirigentes locais, e isso me deixa animado e otimista. Mas a saudade dos netinhos é muito grande, eles são lindos e sinto muita falta do nosso convívio.? Parreira telefona todos os dias para casa e vai ter a oportunidade do reencontro a partir do início da semana - chega até terça-feira ao Rio para um período curto de descanso. Ele ficou dois meses direto na África do Sul, em companhia do auxiliar-técnico Jairo Leal, com quem trabalhou na Copa de 2006 pela seleção brasileira. Verificou a estrutura que lhe foi oferecida, apresentou sugestões e assistiu a muitos jogos (17 ou 18) das três ligas de futebol sul-africanas. Também visitou os locais mais conhecidos de Johanesburgo, incluindo um parque ecológico e uma mina de ouro desativada. Parreira está impressionado com a organização da capital sul-africana, onde, segundo ele, todos os serviços básicos funcionam muito bem. ?Na Copa de 2010, a África do Sul vai dar um banho de competência em transporte, telefonia, hospedagem, estádios". Como é fluente no inglês, não tem dificuldade de se comunicar no país. ?Aqui, existem 12 dialetos, o principal é o zulu, mas quase todo mundo fala inglês.? Parreira já comandou a seleção da África do Sul por duas vezes. Na estréia, semana passada, sua equipe venceu Chade por 3 a 0, pela eliminatória da Copa Africana de Nações de 2008. Depois, em casa, perdeu para a Bolívia por 1 a 0. O primeiro jogo foi no campo do adversário, numa maratona que acabou abreviada por causa de medidas preventivas. Para começar, a delegação viajou em vôo fretado - por nove horas, com direito a escala no Sudão para reabastecimento da aeronave. Se fosse em vôo de carreira, teria de ir a Paris antes e o grupo só desembarcaria em Chade quase 12 horas depois. A federação sul-africana enviou antes um segurança, um chefe de cozinha e um administrador. Isso atenuou os problemas da seleção. ?Estive num dos países mais pobres do mundo. Pela rua, a gente via uma situação de muita miséria, de chocar a gente?, contou Parreira, que sofreu ainda com o forte calor no local do jogo - 43 graus. ?Tivemos até de tomar remédio antimalária, além de levar água e alimentos.?

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