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Parreira teme por complô contra o Brasil

O técnico disse que os dirigentes europeus não querem que o Brasil chegue à quarta final consecutiva de Copa do Mundo. "Farão tudo para evitar o hexa".

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Por Agencia Estado
Atualização:

Tanto a palestra como o debate já haviam acabado. Carlos Alberto Parreira, ainda na frente do palco, concedia a tradicional entrevista. Tudo caminhava normalmente até que o técnico da seleção brasileira surpreendeu a todos e fez revelação contundente. "Na realidade é tudo para prejudicar o Brasil. Eles não querem que a seleção brasileira chegue à quarta final consecutiva (de Copa do Mundo). Vão fazer de tudo também para evitar o hexa", afirmou, referindo-se aos dirigentes europeus. Parreira esteve em São Paulo, hoje, para participar do Fórum do Futebol, evento organizado pela Fundação Getúlio Vargas. O descontentamento do treinador brasileiro era com a pressão dos clubes europeus sobre a Fifa para dificultar a liberação de atletas. O caso mais recente é o de Kaká. Cartolas do Milan se mexem nos bastidores para impedir que o meia-atacante participe da seleção sub-23. Nesse caso, o técnico acha que os atletas com potencial para defender a seleção devem, obrigatoriamente, ter em seus contratos cláusulas que os obriguem a se apresentar sempre quando chamados. "Quando o clube contrata esse tipo de jogador, como por exemplo, o Kaká, já sabe que é atleta de seleção. Então não tem do que reclamar." Em suas primeiras declarações, Parreira chegou até a insinuar o envolvimento da própria Fifa nessa espécie de conspiração contra o Brasil. "A Fifa cada vez mais se enfraquece diante do poderio dos clubes", disse. Depois, resolveu atenuar, mas não deixou de alfinetar e entidade dirigida por Joseph Blatter. "Vamos deixar claro esse ponto. A Fifa não faz nada para prejudicar. Porém, que não ajudam em nada, não ajudam mesmo". Inversão - Na análise de Parreira, o que existe atualmente no cenário internacional, sobretudo na Europa, é a inversão de valores. Segundo ele, se o processo for mantido como está, a tendência é de que os clubes passem a ser mais fortes do que as confederações nacionais. "É só analisar. Primeiro eles (dirigentes de clubes) conseguiram impor que a liberação de atletas ficaria restrita aos jogos oficiais. Depois foi essa história de amistosos só poderem acontecer na Europa", comentou, indignado. "Daqui a pouco eles tomam conta de tudo."

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