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Passarella só descontrai com gols

Por Agencia Estado
Atualização:

Enquanto Kia Joorabchian foi o torcedor mais enlouquecido do Corinthians em Mogi Mirim, Daniel Passarella dissecou com toda seriedade - e óculos de grau - o seu novo time. Fumou três cigarros, tomou um café e uma água na tribuna. As suas reações durante a partida explicam mais do que a entrevista que não quis dar ao final da maior goleada do Corinthians desde que a MSI assumiu o clube. Sorriu nos gols, nas jogadas de Roger, nos gols de Tevez. Balançou a cabeça, contrariado, nas bolas cruzadas na área corintiana que a dupla Anderson e Betão não rebatia. Nervoso, pôs a mão direita na boca para não criticar quando o fraco União São João fez o gol. Oito seguranças protegiam o técnico e o presidente da MSI. Ambos posaram para fotos e deram autógrafos a torcedores. "Muito bem. Deixou ?buena impresión?. Gostei", disse, perseguido por um batalhão de repórteres no acanhado estádio de Mogi Mirim. Foi embora fazendo questão de nem passar no vestiário corintiano. Não quis roubar o mérito de Márcio. Não cumprimentou os jogadores também. Misturando português com espanhol, Passarella mostrou que gostou do elenco que comandará. Viu a partida entre os sussurros de seu auxiliar Alejandro Sabella e os gritos e pulos do histérico Kia. Lógico que preferiu os sussurros de Sabella, que apontava os jogadores e conferia quem era quem na relação que a assessoria de imprensa deu aos argentinos. Passarella chegou a Mogi Mirim uma hora antes da partida. A única coisa que falou ao técnico interino Márcio foi: "O time é seu. Não vou descer no vestiário nem vou dar ordem pelo rádio. Faça o que quiser. Começo a trabalhar na segunda-feira." Ele e Sabella vão analisar o teipe do jogo e decidir o melhor esquema tático. Há a dúvida sobre atuar com dois ou três zagueiros. Neste domingo, o técnico descansará no hotel George V, onde provisoriamente está morando, e vestirá na segunda-feira de manhã, pela primeira vez, o agasalho do Corinthians. Multa - Os jogadores vibraram aliviados com a goleada deste sábado. "Precisávamos de um resultado assim para acabar com a semana ruim que tivemos", desabafava Gil. Ele se referia à briga entre Carlos Alberto e Tevez na quarta-feira. A diretoria confirmou que os dois foram multados - os comentários são de que desembolsaram R$ 10 mil cada. "Tínhamos de multar. É o nosso regulamento. Agressão é multa mesmo", disse o vice-presidente Andrés Sanchez. Tevez confirmou a briga e a cusparada em Carlos Alberto. Deixou claro que não é mais amigo do meia. "Houve a confusão, mas foi coisa de treino. Já passou. Quanto à amizade, não preciso ser amigo de ninguém fora de campo. Dentro do gramado é que interessa." O atacante de US$ 22 milhões confirmou ser importante para ele a chegada de Passarella. "Com ele será mais rápida a recuperação do Corinthians. Foi ótima a contratação." Tevez saiu no intervalo porque sentiu uma fisgada leve na virilha esquerda, mas estará em campo quarta-feira em Maringá contra o Cianorte, pela Copa do Brasil. No vestiário, foi impressionante o choro de Fabrício. O volante, que voltou ao futebol depois de nove meses após uma operação nos ligamentos cruzados do joelho direito, mal conseguia falar de tanta emoção. "Fazer um gol na minha volta foi demais. É um dos dias mais felizes da minha vida."

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