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Passarella vê avanços na marcação

Por Agencia Estado
Atualização:

O Palmeiras que se cuide, porque pelos cálculos do técnico do Corinthians, Daniel Passarella, a semana de trabalho antes do clássico de domingo, pelo Campeonato Paulista, deve ter servido para incutir nos atletas a garra e o senso de marcação que ele trouxe na bagagem da Argentina. "O jogador brasileiro não está preparado para marcar e o futebol de hoje exige isso", declarou, com a autoridade de ter sido um dos maiores defensores argentinos de todos os tempos. "Não é fácil, mas já vejo avanços", disse, justificando as constantes intervenções no treinamentos, sua marca principal. Outra obsessão do técnico são as cobranças de falta ou pênalti. Se os jogadores não conseguem fazer aquilo que foi pedido, Passarella, como bom professor, mostra como se faz. Quarta-feira, fim da tarde no Parque Ecológico, ensinou a maneira como Coelho deveria tocar na bola, em que ponto ela tinha de ser tocada e a que altura ela deveria passar acima da barreira na hora de bater as faltas. O lateral aprendeu rápido, errou três consecutivas, mas se redimiu fazendo belos gols. Talvez por isso, garantiu vaga contra o Palmeiras. Hoje, Gil e Jô tentavam calibrar o pé nas finalizações de fora da área. O primeiro chutou cinco vezes e mal acertou a direção das traves. O segundo, marcou dois gols, mesmo número convertido por Passarella. Alejandro Sabella, auxiliar técnico, teve uma chance a mais e fez três, tornando-se o vencedor daquela disputa. "Assim não, agora vê como se faz", brincou o técnico em certo momento, após falha do atacante Gil. A forma que Passarella encontrou para se aproximar do elenco é essa. Diverte-se muito, cobra na mesma proporção. Segundo ele, toda grande equipe mundial tem oito, nove jogadores preocupados com a marcação. "No Brasil isso não acontece, aqui os atletas são mais soltos, apostam na habilidade", comentou. "Minha idéia é achar um meio-termo entre essas duas concepções." A equipe idealizada pelo técnico utiliza marcação homem a homem e não por zona, como era feita, exige o recuo e bom posicionamento dos volantes - não à toa, Wendel e Marcelo Mattos são os mais cobrados -, porém, garante liberdade ao meia Roger. Pelo menos é o que afirma o atleta, substituído nas duas últimas partidas do Corinthians, contra Santo André e Cianorte. "Ele nunca me pediu para marcar, pelo contrário, o que ele quer é que eu jogue livre, solto", esclareceu. "Saí as duas vezes porque não estava 100% fisicamente. Fiquei chateado, mas depois concordei com as mudanças", afirmou.

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