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Paulistão começa decisão inimaginável entre Ponte e Corinthians

Clube do interior queria apenas se firmar como quinta força; time de Carille era o mais fraco entre os grandes

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Foto do author Gonçalo Junior
Por Daniel Batista e Gonçalo Junior
Atualização:
Ponte Preta e Corinthians decidem o Campeonato Paulista de 2017 Foto: Arte/Estadão

Corinthians e Ponte Preta fazem uma final de Campeonato Paulista que parecia inimaginável no início do ano. O time da capital era visto como a quarta força do Estado, enquanto a equipe do interior tinha o objetivo declarado de se firmar como a quinta força. Superando os prognósticos, as duas equipes fazem o primeiro jogo da decisão hoje, às 16h, no Moisés Lucarelli, em uma partida recheada de motivações históricas e confrontos individuais.

Os alvinegros se reencontram justamente após 40 anos da vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre a Ponte, gol de Basílio, que pôs fim a uma fila sem títulos que durava 23 anos. A lembrança daquele jogo é inevitável. Basílio, o herói corintiano há quatro décadas, acredita que o equilíbrio vai imperar no confronto deste ano. “Depois da chegada do Kleina, a Ponte se entrosou e não podemos esquecer que eliminou Santos e Palmeiras”, avisou o ex-jogador.

Depois de ser o artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2016, o atacante William Pottker mantém a boa fase neste ano Foto: Alexandre Battibugli/Fotoarena

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A Ponte evita as lembranças doloridas do vice-campeonato. Ao longo da semana, vários jogadores disseram, com algumas variações, que nem haviam nascido em 1977. Estratégia da diretoria e da comissão técnica para tirar o peso dos ombros dos jogadores. Eles ficam “apenas” com a responsabilidade de levar o time ao primeiro título em 117 anos de história.

Os atacantes Pottker e Jô terão um duelo direto esta tarde. O ponte-pretano, que quase foi para o Corinthians no início do ano, tem nove gols e divide a artilharia com Gilberto, do São Paulo. Mais uma bola na rede e ele se isola na liderança do quesito. No ano passado, já foi artilheiro do Brasileirão.

Jô marcou gols em cinco clássicos no Paulistão Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Já o corintiano conseguiu uma marca impressionante, mas precisa se superar. Jô fez cinco gols em cinco clássicos (três contra o São Paulo, um contra Palmeiras e um diante do Santos), mas fez apenas dois contra os outros clubes. Deverá entrar em campo como se fosse mais um clássico.

Kleina e Carille adotam estilos distintos na beira do gramado Foto: Nilton Fukuda|Estadão

A final desperta interesse especial em relação à postura táticas dos finalistas. Ambos chegaram à decisão com a mesma tática, o contra-ataque. O time de Fábio Carille é mais organizado defensivamente, tanto que levou apenas dez gols em todo o campeonato.

Por outro lado, Gilson Kleina conta com um trio de ataque veloz e eficiente formado por Lucca, Clayson e William Pottker. O pulo do gato é pressionar o rival, roubar a bola e esticar a bola para o “ataque mais rápido do Paulistão”, como definiu Kleina já durante as quartas de final, que o time jogou contra o Santos.

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A equipe de Campinas aposta todas as fichas no jogo de hoje, a fim de abrir vantagem para a decisão em Itaquera. Foi dessa forma, vencendo a primeira partida em casa, que o time chegou à final. Kleina afirma que o time aprendeu a sofrer na volta. “O primeiro jogo é essencial. Um 1 a 0 será goleada”, diz Jadson.

Moisés Lucarelli recebe o primeiro jogo pela final do Paulistão Foto: Divulgação

Nos últimos seis jogos, foram apenas três gols sofridos, diante de adversários cascudos, como Santos e Palmeiras. Hoje, Kleina vai ter de mexer, pelo menos, em uma peça na defesa para substituir o titular Marllon, que está suspenso.

Carille terá força máxima. Único ponto de atenção do treinador e, principalmente, dos jogadores, é o fato de nove atletas estarem pendurados, entre eles, oito titulares. São eles: Fagner, Guilherme Arana, Gabriel, Maycon, Rodriguinho, Jadson, Romero e Jô, além do reserva Léo Jabá.

O palco da final estará lotado, com quase 18 mil torcedores. Faltando dois dias para a abertura das bilheterias, ponte-pretanos já estavam acampados à espera dos bilhetes. “Nós sabemos que cada bola que a gente dividir pode ser a bola do título. Não adianta apenas ficar no sentimento. Precisa ter organização. Mas acho que equipe e chega forte. Existe uma química forte com a torcida”, diz o técnico.