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'Agora é rezar para que uma bomba não caia junto de nós', diz técnico português em Kiev

Sem acerto com o time brasileiro, Paulo Fonseca permaneceu na capital ucraniana onde mora com a mulher. Treinador afirma que foi acordado com barulho de bombas e explosões nesta quinta-feira: 'pior dia da vida'

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Por Redação
Atualização:

O técnico português Paulo Fonseca esteve na mira do Corinthians e chegou a negociar com o clube paulista. Sem acerto, permaneceu em Kiev, onde mora com sua mulher ucraniana. Nesta quinta-feira, o treinador foi acordado de madrugada com barulho de explosões de bombas e revelou que está vivendo o pior dia de sua vida, sem saber como deixar o país atacado pela Rússia.

Apavorado, o treinador fez um relato desesperador do que está vivendo na Ucrânia nas últimas horas. Ele não esconde o medo de perder a vida e revela não ter para onde ir tamanho o pânico do povo do país, sem combustível e com o espaço aéreo fechado. Há informações de que um aeorporto foi bombardeado.

Paulo Fonseca esteve na alça de mira do Corinthians antes do time paulsita fechar com Vitor Pereira Foto: Simone Arveda/ EFE

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"Acordei às cinco da manhã com cinco explosões seguidas. Tinha voo marcado para hoje, mas agora é impossível sair daqui, até porque os aeroportos já estão destruídos e o espaço aéreo foi fechado", disse o treinador ao Jornal de Notícias de Portugal. Paulo Fonseca já treinou o Shakhtar Donetsk e atualmente está sem clube após não ter conseguido um acordo com o Corinthians.

"Neste momento, só se consegue sair de Kiev por via terrestre e todos tentam fugir para Lviv, cidade perto da Polônia. As estradas estão completamente paradas, porque é impossível circular com tantos automóveis. As filas são enormes", continuou. "Além disso, já não há gasolina. Só resta rezar para que uma bomba não caía junto de nós. Sinceramente, não sei como vou sair daqui."

Paulo Fonseca revelou que "há vários aviões militares" em manobras constantes e aumentando ainda mais o medo. "Este é o pior dia da minha vida. Agora é esperar e ter sorte e rezar para que uma bomba não caia junto de nós", repetiu.

O técnico ainda admitiu que o povo ucraniano está totalmente alucinado na luta pela sobrevivência: "Há filas enormes nos supermercados, as pessoas estão comprando tudo. Já não resta muita coisa."

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