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Paulo Nobre afirma que estádio é do Palmeiras

Clube e construtora responsável pela Allianz Parque divergem sobre cadeiras e preço dos ingressos

Por Daniel Batista
Atualização:

SÃO PAULO - A relação entre WTorre e Palmeiras vai de mal a pior e isso causa preocupação para o ano do centenário. Construtora e clube discordam sobre a quantidade de cadeiras que cada um terá direito de comercializar no Allianz Parque e também sobre os preços que serão cobrados pelos ingressos. A falta de um acordo provoca ameaças, trocas de acusações e até mesmo a possibilidade de a obra atrasar ainda mais.Walter Torre, dono da WTorre, diz que todas as 45 mil cadeiras da nova casa alviverde poderão ser comercializadas pela construtora, enquanto Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, afirma que apenas dez mil delas ficarão sob a responsabilidade da empresa. O Palmeiras exige ter o controle da venda dos ingressos e o poder de determinar os preços das entradas, já que uma de suas maiores fontes de renda é o Avanti, programa de sócio-torcedor que já conta com mais de 35 mil cadastrados. Não ter esse controle inviabilizaria uma série de promoções que o clube pretende fazer nos próximos anos. Pelas contas do Alviverde, em caso de derrota na disputa, o prejuízo em 30 anos ficará entre R$ 300 milhões e R$ 700 milhões – o cálculo foi feito com R$ 40 de média dos preços dos ingressos e ocupação de apenas 50% do estádio.O dono da construtora, em entrevista publicada ontem pelo diário Lance!, atacou o presidente palmeirense e disse que a arena é da WTorre. Ontem, Nobre convocou uma entrevista coletiva no CT da Barra Funda para dar a resposta. “Quero deixar claro que, independentemente do negócio feito, a Allianz Parque é a casa do palmeirense. Que nenhum terceiro venha se julgar dono da casa. Não queremos criar conflitos, mas não admitimos que a soberania do Palmeiras seja ferida. Ninguém vai nos passar para trás.”

SEM PARALISAÇÃOA relação entre o clube e a construtora não é das melhores há tempos. No início das negociações entre Palmeiras e WTorre, Paulo Nobre se mostrou interessado em entrar como sócio na construção do estádio, mas a negociação não deu certo e isso deixou algumas sequelas. Pelo menos por enquanto, a WTorre não pensa em paralisar a obra, mas admite ter diminuído o ritmo até que seja decidida a situação. Nobre mais uma vez ataca: “Me surpreende em uma obra que já está atrasada o responsável dizer que está desacelerando”. O dirigente ainda mandou um recado para Torre: “Não podemos levar nada para o lado pessoal. Temos de pensar no clube e na construtora”.A WTorre, em uma nota oficial, afirmou estar respaldada pela aprovação do Conselho Deliberativo e da diretoria do clube, na época comandada por Affonso Della Monica, e que não pretende ceder, uma vez que o acordo está assinado. A obra ainda não tem um prazo estabelecido para ficar pronta. Atualmente, a construtora trabalha com a possibilidade de entregar o estádio no primeiro trimestre, mas ela pode estender o prazo até abril. Para o dia 10 de maio já está marcado um show da banda One Direction.De acordo com o contrato, caso não exista um consenso a Câmara de Comércio Brasil-Canadá será a responsável por decidir quem tem razão. Pessoas que participam das negociações admitem que a relação nunca esteve tão desgastada, mas ainda acreditam que é possível acontecer um acordo.Nobre revelou ontem que sugeriu à construtora deixar um setor do estádio sem cadeiras, o que poderia aumentar a capacidade para 50 mil lugares, mas a WTorre não se mostrou interessada na ideia.

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