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Paz e amor: o lema de Passarella

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Por Agencia Estado
Atualização:

Daniel Passarella surpreendeu quem esperava por um "sargentão". Os próprios jogadores do Corinthians não imaginavam ter um técnico tão camarada. E, às vezes, até brincalhão. Na entrevista coletiva desta terça-feira, no Parque São Jorge, o argentino provocou risos quando rejeitou o rótulo de avô, depois de dizer que um de seus filhos, Luca, já tem um menino. "Avô não, tio. Não é assim que se diz?", perguntou ao intérprete que o tem acompanhado. O bom humor do argentino é ainda mais surpreendente diante das dificuldades que enfrenta no Corinthians, como o idioma e principalmente a falta de conhecimento de seus novos jogadores. "Se dependesse da minha vontade, colocaria todos em campo. Como não é possível, vou ter de observar quem não joga durante os treinamentos." Para evitar que o problema se transforme num desastre pessoal, Passarella não larga um minuto do auxiliar-técnico Márcio Bittencourt nem do preparador físico Fábio Mahseredjian. Os dois são os anjos da guarda do argentino. Nos dois primeiros treinos, Passarella ouviu atentamente os companheiros, mas nem por isso deixou de dar o seu toque pessoal ao time. Na partida desta quarta-feira contra o Cianorte, pela Copa do Brasil, o Corinthians terá a cara do treinador. A defesa, que marcava por zona nas jogadas de bola parada, agora fará marcação individual, especialmente no jogo aéreo. "É assim que se faz na Argentina. E assim será no Corinthians. Os jogadores já entenderam isso." Passarella também modificou alguns detalhes no ataque, especialmente nas bolas paradas. Nas cobranças de pênalti, transferiu a responsabilidade para Carlos Alberto, embora Tevez também tenha treinado bem e possa fazer algumas cobranças no futuro. Nas faltas, haverá um revezamento entre Coelho e Roger, dependendo do posicionamento. "Ainda estou em fase de observação. Quando conhecer melhor as características de cada jogador, posso fazer novas mudanças." PORTUGUÊS - Passarella já percebeu que não pode nem deve cobrar um perfeito entendimento do espanhol de seus comandados. E já se tocou que, em se tratando dos brasileiros, é mais fácil conversar com Roger, Betão e com o capitão Anderson. "Esses entendem melhor". A saída, para ambas as partes, é falar mais devagar. "Se você fala devagar, eu entendo. Se eu falar devagar, você me entende." No futuro, Passarella pretende fazer um curso de português. Por enquanto, admite que vai ter de aprender na marra. "Não dá para pedir que os jogadores falem espanhol. Eu é que tenho de falar o português. No começo vai ser na raça, não tem jeito." Seus planos imediatos para o time são simples. Passarella gosta de jogar com quatro zagueiros atrás e não pretende sair do 4-4-2. O técnico também reservou elogios para Jô ("tem potencial e um grande futuro") e Gustavo Nery ("é um jogador dedicado e deve entrar no time em Maringá"). E disse ainda que gostaria de poder observar melhor Dinélson, Bobô, Elton e outras revelações das categorias de base. "É uma pena não poder escalar todo mundo." Quanto ao jogo desta quarta, o treinador argentino não arrisca palpite, mas assegura: time sob o seu comando tem de jogar para ganhar tudo.

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