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Pedrinho: vale tudo para poder jogar

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Por Agencia Estado
Atualização:

Com o contrato prestes a expirar, Pedrinho se esforça para mostrar que tem condições de permanecer no Palmeiras. Apesar de ser um dos xodós da torcida, que o chama de ?rei?, o meia é um dos cotados para deixar o clube no fim do ano. Está na reserva e vive o drama de passar por seguidas lesões o tempo todo. ?Pedrinho vem sucessivamente lutando contra a maré?, disse o técnico Emerson Leão, que vê na força de vontade do jogador um modelo a ser seguido pelo elenco. Exemplo: mesmo sem 70% da unha do dedão direito, que teve de ser extirpada após um treinamento mais puxado, Pedrinho pediu para ir com o time até Maringá no domingo passado, para o jogo com o Paraná. Ficou na reserva e entrou no fim. Nem passa pela cabeça do meio-campista ficar afastado novamente da equipe por motivo de contusão. ?Foi ele (Pedrinho) quem me chamou num canto e falou: ?Professor, quero ir para o jogo?. Eu respondi que era ele quem se escalava. Isso faz parte da luta desesperada do Pedrinho contra a maré?, disse Leão. O jogador já havia tido uma inflamação na unha do outro dedão, o do pé esquerdo, lesão que o afastou da equipe por três semanas. Recuperado, o meia teve duas atuações irregulares ? contra Brasiliense e Coritiba ? e acabou perdendo o espaço entre os titulares para Diego Souza que, segundo Leão, ?tem mais força física, presença de área e marca melhor?. Treinando no time reserva, Pedrinho saiu de campo irritado nesta quarta-feira. Requisitado pelos jornalistas para dar entrevistas, não quis. E foi para o vestiário. A assessoria de imprensa do clube alegou que Pedrinho não queria falar porque não está no time titular. Para o técnico Leão, ?se o contrato do Pedrinho termina só no fim do ano, é prematuro dizer se ele vai ficar ou não: três meses é muito tempo?. Nos bastidores do Palestra Itália, comenta-se que o presidente Affonso Della Monica é contrário à dispensa de Pedrinho por dois motivos: a grande identificação com a torcida e a possibilidade de dar certo em um time rival (o São Paulo teria mostrado interesse em sua contratação no passado). Parte da diretoria, porém, entende que a relação custo-benefício de Pedrinho não tem sido das melhores para o clube. Contratado no segundo semestre de 2001, Pedrinho tem 33 gols e 118 partidas pelo Palmeiras. Em 142 oportunidades, porém, desfalcou a equipe. Isso significa dizer que Pedrinho não pôde atuar em 54% dos jogos do Palmeiras nos últimos cinco anos. O meia não gosta de falar das lesões. Já teve problemas sérios de depressão por causa disso, tendo chegado a pensar em se matar em 2003, quando se recuperava da terceira cirurgia de joelho. Sua experiência será retratada em livro que vem sendo produzido pelo jornalista Mauro Beting, da Rádio Bandeirantes.

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