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Pela 1ª vez na Série B, Cruzeiro vai ter muitas dificuldades para buscar o acesso

Equipe mineira é a principal atração do torneio, mas seus concorrentes deverão dar muito trabalho

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Por Redação
Atualização:

O grande destaque do Campeonato Brasileiro da Série B, que começa neste final de semana, é o Cruzeiro. Pela primeira vez fora da elite nacional, deveria ser apontado como favorito a uma das quatro vagas de acesso. Mas há quem veja muitas dificuldades no caminho do time mineiro, mergulhado em dívidas e com um elenco deficiente.

Até o ano passado parecia impensável que o Cruzeiro pudesse ser rebaixado. Na sua sala de troféus, entre outros, estão quatro títulos nacionais (1966, 2003, 2013 e 2014) e seis da Copa do Brasil (1993, 1996, 2000, 2003, 2017 e 2018). Mas o ano não começou bem, com o time dirigido por Enderson Moreira não chegando nem às semifinais do Campeonato Mineiro. Antes 38 vezes campeão estadual, não ficava fora da disputa desde o longínquo 1957. Esta é a realidade atual do clube.

Pela 1ª vez na Série B, Cruzeiro vai ter muitas dificuldades para buscar o acesso Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

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O caixa está vazio pelo descontrole de seus ex-dirigentes e uma dívida calculada em R$ 800 milhões. Deste montante, perto de R$ 30 milhões são a curto prazo só para quitar os débitos junto à Fifa e que podem gerar mais sanções. A primeira resultou na perda de seis pontos por causa de uma dívida com o Al Wahda pelo empréstimo de seis meses do volante Denilson. Um total em torno de R$ 5 milhões.

Enderson Moreira acha que o clube está no caminho certo, mesclando jovens com alguns veteranos como o goleiro Fábio e o atacante Marcelo Moreno. Mas sabe que a missão de buscar o acesso não será fácil. “Temos um time novo, que ainda jogou muito pouco junto. É preciso tempo para chegarmos no ponto ideal. Será necessário muita paciência por parte da torcida e da imprensa, enfim, de todos”, avisou.

A verdade é que o time parece imaturo para disputar uma competição que tem suas características próprias, de muita força e pegada. E terá muitas dificuldades nos seus 38 jogos para seguir o caminho de volta seguido por outros grandes clubes que já sentiram o dissabor de cair como o próprio rival Atlético-MG, rebaixado em 2005 e que se sagrou campeão na temporada seguinte. Fez o tradicional bate-volta como aconteceu com outras forças nacionais como Palmeiras, São Paulo, Vasco, Botafogo e até os gaúchos Grêmio e Internacional.

Troféu da Série B do Campeonato Brasileiro Foto: Divulgação/CBF

Outras forças

Bem perto de casa, o Cruzeiro vai ter um forte concorrente na luta pelo acesso: o América-MG, que no ano passado terminou em quinto lugar. O clube ficou conhecido como "time iô-iô" na última década, quando subiu e desceu três vezes. Foi assim em 2010-2011, 2015-2016 e 2017-2018. Sob o comando de Lisca, tem um elenco equilibrado e que passou a fase de classificação do Campeonato Mineiro como único invicto. Caiu nas semifinais diante do Atlético-MG. São quatro clubes paulistas, entre eles a dupla de Campinas motivada pela rivalidade entre Guarani, campeão brasileiro em 1978, e a Ponte Preta, que frequentou a elite por vários anos nas duas primeiras décadas do século 21. Pela tradição, eles podem brigar pelas primeiras posições. Menos cotados aparecem ainda o Botafogo, de Ribeirão Preto, e o Oeste, rebaixado no Campeonato Paulista para a Série A2. Os clubes catarinenses também prometem dar trabalho. A Chapecoense, rebaixada no ano passado, parece ter conseguido se equilibrar ao chegar na final do Campeonato Catarinense. O Avaí, rebaixado em 2019, aposta em uma velha fórmula para subir: o experiente técnico Geninho, de 72 anos. Com ele, o time conquistou dois acessos, em 2014 e 2018. O Figueirense aparece bem atrás, ainda tentando se organizar financeiramente. No ano passado chegou a dar W.O. por greve de seus jogadores e quase acabou na Série C. Há outros clubes com bom retrospecto na Série B e que podem brigar para chegar à elite como Paraná e Operário, pelo Paraná, CRB e CSA, de Alagoas, e o Cuiabá. Sem contar a briga para não cair à Série C. Todos vão brigar ponto a ponto em uma competição longa e cansativa com 38 rodadas, com jogos de ida e volta, até o final de janeiro de 2021.

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