Pelé sabe que vai ser difícil ficar de fora da campanha do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014. Mas teme os prejuízos que o uso de sua imagem pela CBF para dar credibilidade à candidatura podem lhe causar. Nesta semana, o ex-jogador falou por telefone com o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, que quer convencê-lo a participar da luta pelo Mundial. No entanto, o receio do Rei é o de que problemas no futuro, relacionados à administração do dinheiro, afetem sua imagem. Estimativas feitas pela CBF e passadas aos assessores de Pelé apontam que apenas a construção e renovação de estádios para o Mundial em 2014 custaria US$ 2 bilhões. Isso sem contar com as obras de infra-estrutura. Segundo pessoas próximas ao ex-jogador, a própria entidade reconhece que organizar o Mundial exigirá investimentos equivalentes à construção de uma ?nova Brasília?. ?O Brasil tem todas as condições de sediar uma Copa, mas não sacrificando o povo?, disse Pelé. Para ele, empresas devem participar do projeto para não onerar os gastos públicos. As relações de Pelé e Teixeira sempre foram conflituosas, mas a CBF sabe que precisará do Rei, que por sua vez tem consciência de que seria difícil ficar de fora de uma candidatura brasileira. A Alemanha teve Franz Beckenbauer como um de seus principais organizadores da Copa em 2006 e a França contou em 1998 com Michel Platini. Para 2014, o nome que vem em mente da CBF e dos investidores é de Pelé. Mas o Rei quer impor condições para participar. Uma delas poderia ser a criação de um comitê com personalidades, que teria controle sobre a forma de utilização dos recursos. Uma reunião entre Teixeira e Pelé deverá ocorrer em março.