Pelé diz que nunca teve problemas com racismo na Espanha

Ex-jogador considera injusta a punição da Uefa ao Atlético de Madri por incidentes na Liga dos Campeões

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Por EFE
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O ex-jogador Pelé disse nesta quinta-feira que nunca teve problemas com racismo na Espanha, onde sempre o "trataram muito bem", e qualificou de "injusta" a punição da Uefa ao Atlético de Madri pelos incidentes na partida contra o Olympique de Marselha, pela Liga dos Campeões.  Dê seu palpite no Bolão Vip do Limão "Estive aqui pela primeira vez há 50 anos. Nunca tive nenhum problema na Espanha, sempre me trataram muito bem. Sinto-me orgulhoso porque abri as portas e hoje há negros em todas as equipes, até na Suécia. O problema não é de racismo, mas é na sociedade, é geral", declarou. Pelé chamou de "injusta" a decisão da Uefa de fechar o estádio Vicente Calderón porque é conseqüência do confronto da polícia com torcedores franceses e negou que a punição tenha relação com o fato de o presidente da entidade, Michel Platini, também ser desta nacionalidade. "Quando joguei minha primeira Copa do Mundo, na Suécia, há 50 anos, fiz minha primeira viagem para fora do Brasil. Nos treinos, após ver outras equipes, perguntei a Didi, que tinha mais experiência, por que não havia negros em outras equipes além do Brasil. Ele disse: são todos racistas", comentou. Pelé foi diplomático quando perguntado sobre seu favorito à conquista do prêmio Bola de Ouro, da revista "France Football", ao qual concorrem Lionel Messi, Iker Casillas, Cristiano Ronaldo e Fernando Torres, entre outros. "Se pudesse daria aos quatro, porque todos estão muito bem, mas acho que pode ficar entre Messi e Cristiano Ronaldo. No ano passado, o vencedor foi Kaká, acho que por maior experiência", comentou Pelé, que apresentou em Madri um cruzeiro com seu nome que fará um percurso pelo Mediterrâneo em junho de 2009. Perguntado sobre preparativos para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, o ex-craque reconheceu os problemas existentes atualmente. "O Brasil não tem estádios, é preciso construir novos, há problemas de comunicações e de segurança. Precisamos do apoio do governo, anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e das empresas privadas, mas quando chegar o momento tudo estará acertado", concluiu. ZAPATERO Quem também falou sobre a punição ao Atlético de Madri foi o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero. Segundo ele, o ministro de Assuntos Exteriores do país, Miguel Angel Moratinos, conversou com Platini para defender a atuação da polícia da Espanha na partida. "O governo será firme; é preciso garantir a segurança nos estádios e determinadas situações não podem ser permitidas", disse Zapatero. Segundo ele, o Executivo quer entender que a sanção da Uefa - cujo presidente denunciou a atuação "desproporcional" da polícia contra os torcedores do Olympique - está baseada em "uma informação imprecisa". Por esse motivo, Moratinos falou com Platini e o Ministério do Interior prepara um relatório para enviar à Uefa, explicando que "a atuação policial foi correta e adequada". Na opinião de Zapatero, a Uefa deve saber também que o Atlético de Madrid não tem culpa do ocorrido, já que é a polícia a responsável por garantir a segurança dos estádios. Neste contexto, afirmou que o governo decidiu dar seu apoio ao presidente do Atlético, Enrique Cerezo, para que apresente suas alegações e consiga a retirada da sanção. A Uefa comunicou oficialmente nesta quinta o adiamento da sanção ao Atlético de Madri, além da suspensão de dois jogos ao técnico Javier Aguire.