Publicidade

Pelé seria estopim de crise no Santos

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Se não bastasse a crise financeira que faz o Santos acumular dívidas de quase R$ 100 milhões, o clube passou a viver nesta sexta-feira outros momentos de tensão. A suspensão dos direitos de associados ao clube do ex-presidente Samir Abdul-Hak e do ex-vice presidente José Paulo Fernandes pelo Conselho Deliberativo levou mais uma nuvem negra para o clube. Enquanto corre o processo aberto para apurar irregularidades que teriam sido encontradas na gestão anterior pela auditoria realizada no clube eles não pisam mais em nenhuma dependência do clube. Os ex-dirigentes não podem mais nem mesmo assistir às partidas das sociais e, a partir da citação, terão três dias para apresentar a defesa. "É um absurdo, nunca fui ouvido e estou sendo condenado", reagiu Abdul-Hak. Para o ex-presidente, a punição é uma retaliação às declarações recentes de Pelé, acusando a atual gestão de estar endividando o clube, que está sem dinheiro para pagar o hotel onde a equipe se concentra e até mesmo a conta de água. "Sem poder mexer com Pelé, eles procuram atingir as pessoas que são próximas ao Atleta do Século", disse ele. O presidente do Conselho Deliberativo, Esmeraldo Tarquínio Neto, rebateu essa informação, dizendo que "tudo não passou de uma coincidência". Segundo ele, "havia uma cobrança sobre a conclusão do trabalho de auditoria e, quando ficou concluído, teve o andamento normal". Assim, ele não iria interromper o processo diante das declarações de Pelé. Esclareceu que se os ex-dirigentes forem considerados culpados, serão eliminados do quadro associativo. Samir Abul-Hak acredita que há ainda outra intenção no afastamento de ex-dirigentes. "Em março, as contas da atual diretoria terão de ser aprovadas e eles querem evitar que sócios mais atuantes e preocupados com a grave situação financeira possam estar presentes à assembléia para questionar os negócios feitos desde o início do ano passado". O ex-dirigente informou que levará o problema à Justiça, para sua defesa. A crise fez com que também o salário de Narciso, em recuperação de um transplante de medula atrasasse. Quando o fato chegou ao conhecimento da imprensa, a diretoria esclareceu que tinha havido uma mal entendido e que o pagamento seria realiazado nesta sexta-feira, o que ocorreu. Esse atraso no pagamento levou o goleiro Carlos Germano a passar a quinta-feira toda na Vila Belmiro. "O pagamento saiu, mas houve um pouco de falta de respeito, pois tive que ficar das 10 da manhã às 10 da noite tratando do problema".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.