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Perda de pontos entristece Itápolis

Por Agencia Estado
Atualização:

A pacata cidade de Itápolis, de 35 mil habitantes, acordou entristecida nesta terça-feira com a informação de que o Oeste perdeu 12 pontos dentro do Campeonato Paulista da Série A1. A alegria da população pelo acesso inédito à elite paulista foi substituída por decepção e revolta criada a partir do virtual rebaixamento do time para a Série A2 em 2005. O clima ficou pesado para a diretoria, que alega não ter culpa nas irregularidades apresentadas em dois jogos, diante de Santos e Santo André. "Estamos mesmo sob muita pressão. A nossa responsabilidade é muito grande", diz Mauro Guerra, presidente de fato do clube, que também acumula as funções de secretário municipal de esportes e narrador esportivo de uma rádio local. Ele cansou de explicar detalhes do fato que caiu como uma bomba atômica na cidade. "Todo mundo me pergunta o que aconteceu, mas garanto que não fizemos nada errado", jura Guerra, reconhecendo que a torcida está em "estado de choque". Na verdade, a sua situação é delicada. O caçula do Paulistão, campeão ano passado da Série A2, funciona como mola propulsora da política local. O futebol dá suporte para o prefeito Juca Massari (PMDB), bem como para o deputado estadual Geraldo Vinholi (PDT). Além do poder público, o Oeste conta com o apoio incondicional de sua fanática torcida que costuma empurrar o time no "Estádio Picardão". Nas ruas, o torcedor está inconformado. No campo, o técnico Luís Carlos Martins não esconde seu desânimo, depois de conseguir dois empates "de forma milagrosa", contra o Paulista por 3 a 3, depois de estar perdendo por 3 a 0, e diante do São Caetano, por 2 a 2, depois de estar perdendo por 2 a 0. Mesmo assim, ele promete manter seu ritmo de trabalho. "Nós, comissão técnica e jogadores, não temos nada com isso. É um problema para a diretoria. Então vamos entrar em campo em busca de pontos e nosso objetivo continua livrar o time do rebaixamento". Com a perda de 12 pontos, o Oeste agora tem 10 pontos negativos no Grupo 2. Guerra na Guerra - Para Mauro Guerra, o clube promete "fazer até o impossível" para reaver estes pontos. Segundo ele existem "material e provas suficientes para mudar esta decisão da Federação". Ele, porém, reconhece que os jogadores atuaram sem cartão de inscrição. Não só os envolvidos, como também outros jogadores dentro das duas primeiras rodadas do Paulistão. O dirigente garante que a responsabilidade é da própria Federação Paulista e que este procedimento já foi usado outras vezes, no passado, e se m problemas. Mesmo sem argumentos convincentes, o dirigente garante que tudo vai acabar bem para seu clube, que já teria contratado dois advogados cujos nomes são mantidos em sigilo. O CASO - O Oeste foi punido com a perda de 12 pontos por usar jogadores irregulares em dois jogos. O meia Daniel atuou na derrota para o Santos (1 a 0) e também na derrota para o Santo André (3 a 1). Enquanto isso, Marcelo Santos e Adão atuaram somente contra o Santo André. Desta forma, o time perdeu seis pontos por jogo, ou seja, o dobro do número de pontos em disputa, como prevê o artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que entrou em vigor no começo do ano. A punição, por dois votos a um, partiu da comissão disciplinar da Federação Paulista de Futebol, portanto, ainda sobra a alternativa do julgamento no Tribunal de Justiça da própria entidade. Em última instância ainda sobrará recurso no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

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