PUBLICIDADE

Perto dos 100 jogos, Cannavaro credita vitória à raiva

Capitão da Itália, que pode ver sua Juventus cair para a terceira divisão, disse que os escândalos no país ajudaram os jogadores a buscar ânimo para bater a Alemanha.

Por Agencia Estado
Atualização:

O zagueiro Fabio Cannavaro, capitão da seleção italiana, admitiu nesta quarta-feira que a indignação dos jogadores com os escândalos que atingem o futebol no país serviram como combustível para sua seleção vencer a Alemanha por 2 a 0, em Dortmund, e se classificar para a final da Copa. "Levamos ao campo muita raiva que ficou acumulada durante a semana", afirmou o jogador da Juventus, clube que pode ser rebaixada para a Série C (terceira divisão) do Campeonato Italiano por seu envolvimento na manipulação de resultados e coerção sobre árbitros. Questionado sobre se essa semana era boa ou ruim para a Itália, ele não teve dúvidas: "Melhor que isso é impossível, estamos na final da Copa!" O próprio Cannavaro está envolvido, pois suspeita-se que ele, instruído por dirigentes da Juventus, teria dificultado negociações com seu ex-clube, a Inter de Milão, para forçar a transferência. Outros clubes envolvidos, Milan, Lazio e Fiorentina, podem cair para a Série B. Cannavaro não comenta o assunto e só quer pensar no jogo de domingo, em Berlim, contra França ou Portugal, em que completará 100 partidas seu centésimo jogo com a camisa da seleção italiana - justamente por isso usa a faixa de capitão no Mundial. Chamou a efeméride de "milagre". "Toda criança sonha em jogr pela seleção, eu sem dúvida sonhava com isso. Mais que um sonho cumprido, poderia dizer que este é um milagre em minha vida", afirmou. Nos elogios à equipe pela atuação na vitória contra a Alemanha, Cannavaro ironizou a postura defensiva dos anfitriões e as contumazes críticas ao defensivo esquema de jogo italiano, conhecido como catenaccio. "Desta vez quem usou o catenaccio foram os outros, a Itália parecia uma equipe dos anos 30", brincou, em referência à década dos dois primeiros títulos mundiais da Azzurra, tempo em que as equipes atuavam normalmente com cinco atacantes.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.