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Placas da Nike geram impasse em Concepción

Por Agencia Estado
Atualização:

A Nike precisou batalhar, mas mostrou sua força e acabou desalojando a Adidas do estádio do Huachipato enquanto a seleção brasileira treinou no local. Foi preciso o presidente da Associação Nacional de Futebol Profissional do Chile (ANFP) ir a Talcahuano para dobrar os dirigentes do clube e garantir a instalação das placas de publicidade da patrocinadora do Brasil ao lado do campo. O Huachipato é patrocinado pela Adidas desde 2000 e ano passado o contrato foi renovado até o final de 2005. A empresa alemã veste todas as categorias de futebol do clube. "Há uma cláusula no contrato que me impede de falar sobre valores, mas posso dizer que é um acordo muito importante para nós", afirmou Patrício Alvarado, gerente de marketing do Huachipato. Dia 3, quando a seleção foi treinar no clube pela primeira vez, o chefe de relações públicas do Huachipato, Felipe Cereceda, afirmou que não havia a menor possibilidade de as placas da Nike serem colocadas ao lado do campo principal. "Temos contrato com a Adidas e por isso não podemos permitir que um concorrente faça propaganda aqui. Se fosse uma empresa de outro ramo não haveria problema", disse na ocasião. Como os três primeiros treinos da seleção (dois no dia 3 e um na manhã do dia 4) foram em um campo pequeno do complexo esportivo do Huachipato - o gramado do estádio estava em fase final de reforma -, não havia espaço físico para a instalação de placas na lateral. Mas quando chegou a hora do primeiro coletivo no estádio, num domingo à tarde, a coisa começou a esquentar. As quatro placas da Nike só foram colocadas quatro dias depois, num treino que contou apenas com os jogadores que não haviam começado jogando contra a Venezuela na véspera. A negociação foi tensa e faltou pouco para haver um rompimento entre o clube e a delegação brasileira. Numa das reuniões, um dirigente do Huachipato chegou a dizer que o Brasil poderia procurar outro lugar para treinar se não aceitasse as condições do clube - que não recebeu nenhum centavo da CBF ou do Comitê Organizador do Pré-Olímpico para emprestar suas instalações (os campos e a sala de musculação) para os treinos da equipe dirigida por Ricardo Gomes. A Traffic, que cuida da comercialização do torneio, precisou recorrer a Reinaldo Sanchez, presidente da ANFP, para solucionar o problema. O dirigente pegou um avião em Santiago, desceu em Concepción e foi ao Huachipato para dizer aos dirigentes que não cabia discussão e que as placas da Nike deveriam ser imediatamente colocadas ao lado do campo. O clube cumpriu a ordem a contragosto e desde aquele dia nem os dirigentes nem Felipe Cereceda deram as caras no estádio quando a seleção aparecia para treinar, diferentemente do que ocorria nos primeiros dias. Em Viña del Mar, onde a seleção treinará sábado, não haverá problema para a Nike porque o local escolhido pela CBF foi o Colégio Alemão.

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