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Polícia acha R$ 92 mil escondido em sede da Federação do PR

Descoberta em fundo falso de cofre coloca a idoneidade do ex-presidente da entidade ainda mais em xeque

Por Evandro Fadel
Atualização:

O Núcleo de Repressão aos Crimes Econômicos (Nurce), da Polícia Civil do Paraná, descobriu R$ 92 mil em dinheiro, e aproximadamente R$ 5 mil em cheques, no fundo falso de um cofre pertencente à Federação Paranaense de Futebol (FPF). "A intenção era escondê-lo, porque o dinheiro não estava contabilizado", disse o delegado-chefe do Nurce, Sérgio Sirino. "Dá claramente a idéia de lavagem de dinheiro."   De acordo com Sirino, essa descoberta confirma as suspeitas que foram levantadas pela polícia desde a prisão do ex-presidente da FPF, Onaireves Rolim de Moura, ocorrida no último dia 6. Juntamente com outras oito pessoas ligadas à entidade, ele foi detido acusado de desvio de recursos, fraude processual, estelionato e apropriação indébita.   Segundo a polícia, para não ver comprometidos os recursos que entrariam na entidade, visto que praticamente tudo estava penhorado pela Justiça, Moura teria criado outras empresas que recebiam os valores. Ele ficou por 22 anos à frente da federação. "Pode ter mais dinheiro escondido por aí", acentuou Sirino. "É típico do crime organizado." O delegado disse que, apesar de o inquérito que apurou possível desvio de recursos já estar encaminhado à Justiça, investigações continuam sendo realizadas na contabilidade da federação. O dinheiro foi encontrado durante diligencia na última sexta-feira.   O ex-assessor jurídico da FPF Vinícius Gasparini, que defende, entre outros, o ex-auxiliar do Departamento Financeiro da entidade Marco Aurélio Rodrigues, um dos presos, disse que o dinheiro encontrado refere-se a arrecadações de outubro e início de novembro e não tinha sido depositado para evitar a penhora, pois destinava-se ao pagamento, entre outros, de FGTS e INSS de funcionários da federação. "Inclusive as guias estavam preenchidas dentro do cofre", acentuou.   Segundo ele, seu cliente teria dito à polícia que estava temeroso em relação a esse dinheiro e pretendia entregá-lo. O fato de estar escondido em um fundo falso, de acordo com Gasparini, devia-se, "eventualmente", a uma questão de segurança. "O dinheiro estava lá, se ele (Rodrigues) quisesse que sumisse teria levado para casa ou outro lugar", afirmou. "O dinheiro tem origem, basta somar o que foi arrecadado e fazer as contas."

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