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Polícia Federal vai processar Lugano

Segundo delegado do Aeroporto de Cumbica, zagueiro do São Paulo não poderá criar qualquer problema com a PF por dois anos. E ele ainda terá de se apresentar a um juiz.

Por Agencia Estado
Atualização:

Muita confusão no embarque do São Paulo para o Equador nesta quarta-feira pela manhã no Aeroporto Internacional de Cumbica. Tudo por causa do zagueiro uruguaio Lugano. Ele desacatou um agente da Polícia Federal e foi retirado da delegação. Foi detido e teve de dar depoimentos por três horas. Só não foi preso porque tem residência fixa no Brasil. Viajou sozinho depois de o clube pagar R$ 1.500 pela sua passagem. O clube paulista enfrenta a Liga Deportiva Universitária (LDU) em partida válida pelo Grupo 4 da Taça Libertadores. ?A Polícia Federal precisa ser respeitada. Ele desacatou um agente e foi punido como qualquer pessoa. Não interessa se é ele atleta do São Paulo. Nós embarcamos astros como Madonna e Michael Jackson e eles respeitaram as nossas leis. O Lugano seria preso se não provasse que mora no Brasil. O que fez não tem cabimento?, disse o delegado Vagner Castilho. Segundo o termo de ocorrência, Lugano errou duas vezes o preenchimento do cartão de saída do País. Quando o agente federal Rafael Potsch Andreata pediu que corrigisse pela terceira vez, o zagueiro ficou irritado. Jogou o passaporte e o cartão em cima do agente e o xingou. ?O agente fez o certo. Deu voz de prisão em flagrante e o deteve. Só não o algemou porque não quis?, diz Castilho. Enquanto isso, toda a delegação do São Paulo esperava no avião fretado. Os dirigentes esperaram por uma hora e meia. Mas não adiantou. Lugano ficou depondo por três horas e só depois foi liberado. ?Espero que vocês não façam história com o que aconteceu aqui?, dizia, tenso, aos jornalistas, Lugano. ?Houve um mal entendido. O nosso jogador quis dizer ?assim não pode ser?. Não quis ofender ninguém. E tem mais: as palavras do delegado Castilho têm o mesmo peso das minhas?, desafiava o advogado do São Paulo, José Carlos Ferreira Alves. O delegado do Aeroporto Internacional ficou muito irritado quando soube das declarações de Ferreira Alves. ?O que aconteceu é que pode ser Fernandinho Beira-Mar, machão, bandido, seja o que for. Quando chega a hora de dar o depoimento todos dão para trás. Não têm coragem de manter o que fizeram. Posam de santinho?, afirmou. ?Essa história de ?assim não pode ser? é inacreditável. Ninguém é bobo na Polícia Federal. E o processo vai correr. Não temos medo de pressão de nenhum clube de futebol. O nosso País tem leis e ninguém vai passar por cima delas. Seja jogador ou quem for?, afirmou Castilho. A Polícia Federal do País sempre foi rigorosa. Mas se tornou muito mais depois do episódio do piloto da American Airlines, Dale Robbin Hersh, em janeiro. Ao tirar fotografia de registro dos americanos no Brasil, Dale resolveu ironizar e mostrou o dedo médio ao fotógrafo da Polícia Federal. Foi detido e teve de pagar multa de R$ 36 mil para ter o seu passaporte liberado e acabou deportado aos Estados Unidos. De acordo com o delegado Castilho, o caso de Lugano é muito mais simples. ?A atitude não foi tão grave. Mas ele só foi liberado porque é primário. Mas por dois anos ele não poderá criar qualquer problema com a Polícia Federal. E ele ainda terá de se apresentar a um juiz para se explicar. O processo irá correr.? Para não se caracterizar o desrespeito de Lugano aos agentes federais, a diretoria do São Paulo afirmava não pensar em uma punição ao atleta pela confusão que arrumou. ?Não haverá punição porque não houve nada de errado. Foi tudo um grande mal entendido?, repetia, tentando minimizar o caso, o advogado Ferreira Alves.

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