Portuguesa minimiza calote dado por empresa em jogo no Ceará

Clube garante que não saiu perdendo na organização da partida com o Flamengo, no Castelão

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Por AE
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SÃO PAULO - Depois de vender o "mando de jogo" contra o Flamengo, disputado no último domingo, na Arena Castelão, a Portuguesa, pelo menos, saiu por cima no calote dos empresários responsáveis pela organização do jogo disputado em Fortaleza, pela 31.ª rodada do Campeonato Brasileiro. O presidente do time paulistano, Manuel da Lupa, confirmou que recebeu grande parte do pagamento adiantado - R$ 563 mil de um total de R$ 600 mil - e evitou ficar na mão na negociação. De acordo com o mandatário da Portuguesa, a Xaxá Produções, com sede no Mato Grosso do Sul, responsável pela organização do duelo, foi cobrada pelo não pagamento de algumas despesas relacionadas ao confronto como o aluguel da Arena Castelão, a alimentação para funcionários e policiais que trabalharam na partida e a taxa para as Federações Paulista e Cearense de Futebol."Houve uma confusão na hora do pagamento. Os organizadores não se entenderam com a Federação na hora do pagamento e acabaram dando esse calote. A Portuguesa não tem nada a ver com isso", assegurou o dirigente, que ainda completou. "Para nós ficou faltando apenas R$ 37 mil. O resto nós havíamos recebido antes. Fizemos o B.O. (Boletim de Ocorrência) só para não termos problemas". O B.O. foi feito em nome das cinco entidades cobrando o pagamento das quotas: Portuguesa (mandante da partida), a Federação Paulista de Futebol, a Federação Cearense de Futebol, o Hotel Iate Plaza e a Arena Castelão. Segundo Manuel da Lupa, a dívida final gira em torno de R$ 140 mil. "Conversei com eles (promotores) nesta segunda-feira. Eles não são picaretas, mas são meio burros. Fizeram contratos individualizados e acabaram complicando. Temos certezas que seremos pagos. Isto que importa", disse.PAGAMENTOEsta não foi a primeira vez que a Portuguesa "vendeu" o mando de uma partida neste Brasileirão, pois o clube fez algo parecido no jogo contra o Corinthians, pela 24.ª rodada, vencido por 4 a 0, que foi disputado no estádio Morenão, em Campo Grande (MS). "Consegui vender dois mandos por R$ 1,2 milhão limpos. Foi um grande negócio. Esse ano não poderemos mais fazer isso porque precisamos do Canindé para escapar do rebaixamento, mas o negócio foi muito bom para a Portuguesa", comemorou.Apesar do sucesso financeiro da jogada da diretoria, o elenco reclama de salários atrasados e ameaçou fazer greve caso os vencimentos não forem quitados. Os jogadores, inclusive, aboliram a concentração em jogos em São Paulo devido a falta de pagamentos. "Realmente devemos dois meses de salários atrasados e dez de auxílio moradia, que os jogadores recebem cerca de mil reais. Mas o que passamos para os jogadores é que vamos pagar. Antes de acabar o Campeonato Brasileiro, vamos acertar tudo", prometeu Da Lupa. Após o empate sem gols com o Flamengo, em Fortaleza, a Portuguesa atingiu os 39 pontos, em 14.º lugar, ainda preocupado em se distanciar do bloco de rebaixamento. No momento, tem seis pontos de vantagem para a Ponte Preta, a 17.ª colocada. O próximo jogo será contra o São Paulo, neste sábado, no Morumbi.

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