Em meio a acusações de que cartolas da Fifa teriam vendido seus votos ao Catar pela a Copa de 2022, a entidade aprova novas regras para as candidaturas aos Mundiais a partir de 2026 e promete que o processo passará por uma auditoria externa.
Gianni Infantino, presidente da Fifa, indicou que, a partir de agora, informes técnicos serão realizados e países que não cumprirem critérios mínimos serão eliminados do processo. Além disso, auditorias serão realizadas constantemente. "Fizemos tudo o que era humanamente possível para ter regras claras", disse o cartola. "As condições de candidaturas serão muito mais duras", garantiu. + Justiça da França encontra R$ 71 milhões em conta de Ricardo Teixeira+ Fifa aprova estrutura para permitir US$ 100 milhões em repasses para a CBF
Um grupo de técnicos ainda foi designado para avaliar os países interessados em realizar o Mundial. No caso de 2018 e 2022, essa avaliação também existia. Mas não tinha qualquer impacto nos votos. O Catar e a Rússia, por exemplo, foram as candidaturas que receberam as piores avaliações. Mesmo assim, ficaram com os eventos. No caso do Brasil, em 2014, não houve sequer uma exigência técnica. + Brasil pode fazer parte do ‘pool’ de sedes para Copa do Mundo de 2030
"Pelo que ocorreu no passado, queremos ter certeza de que o processo agora é a prova de bala", disse. Para 2026, a candidatura conjunta de EUA, Canadá e México é a grande favorita.
Questionado, porém, sobre o início dos julgamentos nas cortes de Nova York sobre os ex-caciques do futebol mundial, Infantino desconversou. "Quero falar do futuro. Não do passado. Colocamos novas regras, trabalhamos para o futuro", disse.
Numa tentativa de mostrar que a Fifa começa a superar sua crise, ele ainda anunciou que, no Mundial de 2018, a entidade irá distribuir US$ 400 milhões (R$ 1, 3 bilhão) para as 32 seleções na Rússia. Conforme o Estado antecipou nesta semana, trata-se de um aumento de 12% em relação ao Mundial de 2014, no Brasil.
"Isso é um sinal positivo da situação financeira saudável da Fifa", comentou. Segundo ele, depois das prisões dos dirigentes, a entidade era vista por patrocinadores como "tóxica". "Agora, temos mais transparência", garantiu.
Ao campeão, a Fifa destinará US$ 38 milhões (R$ 123 milhões), contra US$ 35 milhões (R$ 113 milhões) em 2014. Todos, porém, terão uma participação mínima de US$ 8 milhões (R$ 25 milhões) por ir até o Mundial.