'Precisamos correr esse risco para jogar o Brasileirão', diz Tadeu, do Goiás

Jogador admite que ninguém está '100% seguro' para disputar o campeonato durante a pandemia, mas garante cuidado extra

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Por Ciro Campos
Atualização:

O goleiro Tadeu, do Goiás, se prepara para o início do Campeonato Brasileiro com múltiplas preocupações. Em entrevista exclusiva ao Estadão, ele comenta não se sentir plenamente seguro para viajar e entrar em campo pelo País durante a pandemia do novo coronavírus, mas afirma que está preparado para enfrentar a maratona de 38 rodadas espremidas no calendário até fevereiro. Adversário do São Paulo na estreia, o Goiás sonha em fechar a competição entre os dez primeiros lugares.

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Qual é a sua expectativa e a do Goiás para este Brasileirão?

A expecatativa é a melhor possível devido à bela campanha que fizemos ano passado, pelo campeonato de destaque que tive também junto com a equipe. Eu espero que esse ano seja tão bom quanto 2019. Mas sempre buscamos melhorar, dar um passo à frente. Espero que a gente possa fazer uma competição sólida, equilibrada, na parte de cima da tabela. Isso é importantíssimo para o clube.

Tadeu se prepara para disputar o seu segundo Campeonato Brasileiro Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás EC

Será a sua segunda temporada na Série A. O quanto você acha que está diferente em comparação ao início do ano passado?

Agora é muito diferente. Acredito que agora tem um respeito maior. Ano passado pouca gente conhecia. Pela boa campanha que a equipe fez e o campeonato de destaque que eu tive, me dá esse crédito, esse respeito. Isso eu tenho de trazer a meu favor para me ajudar a fazer um campeonato ainda melhor que o do ano passado. O caminho é por aí. Tenho de aproveitar esse campeonato que eu tive para fazer um segundo ainda melhor.

Depois do Flamengo ter ido muito bem em 2019, quais outros times você considera como favoritos ao título?

O Flamengo, por tudo o que tem feito, é uma unanimidade que eles são os favoritos ao título. Tem sempre aquelas equipes que são cotadas a esse favoritismo, como o Palmeiras, Atlético-MG, Grêmio e Inter. São equipes que estão na Libertadores e têm essa credencial de disputar o título.

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Se sair de casa, já estamos correndo risco de contrair esse vírus. Mas temos tomado todos os cuidados

Tadeu, Goleiro do Goiás

Como o time reagiu para não ter a preparação atrapalhada pelos casos do novo coronavírus?

Durante o nosso retorno teve alguns casos aqui. Nós estamos vulneráveis a isso. Se sair de casa, já estamos correndo risco de contrair esse vírus. Mas temos tomado todos os cuidados, sabemos que não é bacana ter companheiros pegando esse vírus, por conta de ficar afastado também. Não tem como agir com naturalidade, porque é algo ainda que ninguém aprendeu a conviver. Só vai se tornar natural quando tiver um remédio para isso.

Você se sente tranquilo para treinar, jogar e viajar mesmo durante a pandemia?

Ninguém se sente seguro para sair de casa para fora. É um inimigo invisível que estamos enfrentando. Acho que 100% seguro nenhuma pessoa fica. Por frequentar hotéis, aeroportos e outras cidades, a gente acaba tendo esse risco. Mas precisamos correr esse risco para jogar o Brasileirão. Aqui no Goiás temos tomado todas as precauções, o clube tem dado todo o suporte para nossa segurança. Temos de continuar acreditando e confiando no protocolo e no que o clube tem feito por nós para que a gente faça essas viagens de forma mais tranquila, mesmo não sendo fácil. Temos de confiar que as coisas vão acontecer da melhor forma.

Por frequentar hotéis, aeroportos e outras cidades, a gente acaba tendo esse risco. Mas precisamos correr esse risco

Tadeu, Goleiro do Goiás

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Como o time pretende lidar com a sequência de viagens e de desgaste?

Vai ser complicado para todas as equipes. Nosso calendário já é apertado e agora ficou ainda mais. A gente sabe que mesmo com o tempo necessário que tivemos para a nossa preparação, o desgaste do jogo é maior. Isso inclui viagens. Eu vejo que a equipe está preparada para isso. Em um campeonato que tem tantos jogos acumulados, precisa de um plantel forte e preparado. Vejo isso também na nossa equipe. Além da parte física e do desgaste, temos de trabalhar muito o nosso psicológico para conviver, poder viajar, para poder estar bem focado e concentrado nos jogos e esquecer o problema que a gente enfrenta. Isso é um fator muito importante para poder executar o nosso melhor possível.

Como goleiro, você acha que o Brasileirão ficará muito diferente por não ter torcida nos jogos?

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Será um campeonato completamente atípico. Não tem aquele calor das arquibancadas, a pressão dos jogos, a chegada nos estádios com os torcedores apoiando ou vaiando. Não vai ter aquele clima legal que é o calor das pessoas e da torcida. Isso acaba igualando muito a questão dos jogos. A gente sabe que torcedor faz a diferença. Como ninguém vai ter esse torcedor, os times que jogavam em casa deixam de ter esse ponto a favor. No começo vai ser estranho. Temos de entender que vamos jogar o Brasileiro, temos de fazer valer os jogos e jogar como se tivesse aquele clima de estádio cheio. Temos de absorver esse fator de jogar com os estádios vazios. É preciso se adaptar logo.

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