Publicidade

Premier League reforça engajamento social com apoio a protestos contra o racismo

Liga inglesa também tem adotado campanhas de combate ao antissemitismo, além de apoio à comunidade LGBT e à discussão sobre saúde mental

PUBLICIDADE

Foto do author Pedro Ramos
Por Pedro Ramos
Atualização:

Os jogos que definiram a volta da disputa do Campeonato Inglês na quarta-feira ficaram marcados por dois gestos. Antes do apito inicial das duas partidas realizadas, todos os atletas, além do árbitro, se ajoelharam em campo como apoio aos protestos contra o racismo. Além disso, os jogadores tiveram seus nomes nos uniformes substituídos pela frase Black Lives Matter (Vidas Negras Importam). Essa alteração nas camisas também vai ser permitida para a rodada. As duas ações foram sugeridas pelos próprios jogadores dos 20 clubes e receberam apoio da Premier League, com a liga inglesa, mais uma vez, reforçando seu engajamento em causas sociais importantes.

Jogadores tiveram seus nomes nos uniformes substituídos pela frase Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) Foto: Peter Powell/Reuters

"Eu acredito que é bom que os jogadores usem suas vozes para fazer o que eu acho que são julgamentos éticos de valor, e não declarações políticas. São mensagens unificadoras, e nós (a Premier League) os apoiamos e os clubes também", disse o CEO da Premier League, Richard Masters. Nos últimos anos, a liga inglesa tem se destacado por adotar campanhas contra o racismo e o antissemitismo, em apoio à comunidade LGBT e à discussão sobre saúde mental no esporte.

PUBLICIDADE

No Room for Racism

Parceiras há 26 anos, a Premier League e a ONG Kick It Out, que combate à discriminação no futebol, lançaram em março de 2019 uma campanha chamada “No Room For Racism (Não há espaço para o racismo, em português). O trabalho de combate à discriminação no futebol inglês inclui identificar, investigar e punir infratores, além de oferecer conteúdo educacional através de programas de reabilitação.

Em casos de ofensas racistas, a liga orienta os torcedores a denunciarem aos stewards ou a utilizarem o aplicativo de celular da Kick It Out. Na última temporada, segundo pesquisa divulgada em julho de 2019 pela ONG, houve aumento de 43% nos casos de racismo no futebol inglês (do futebol amador à Primeira Divisão do futebol profissional) - de 192 para 274.

Rainbow Laces

Durante duas rodadas da temporada, as braçadeiras de capitão e cadarços das chuteiras da cor do arco-íris estarão disponíveis para os jogadores. Além disso, as bandeiras de escanteio de todos os jogos também são da cor arco-íris. Essas ações fazem parte da campanha Rainbow Laces, em parceria da Premier League com a ONG Stonewall, implementada desde 2016, em apoio à comunidade LGBT dentro e fora do futebol. Em casos de ofensas discriminatórias, a liga também orienta os torcedores a denunciarem aos stewards ou a utilizarem o aplicativo de celular da Kick It Out.

Publicidade

Heads up

A Heads Up é uma campanha liderada pelo príncipe William, que visa incentivar a conversa sobre saúde mental. Durante duas rodadas, mensagens nos telões dos estádios, narradas pelo próprio príncipe William, reforçarão a importância do cuidado com a saúde mental. "Todos os nossos clubes, funcionários, técnicos e jogadores apoiam esta campanha para ajudar a remover o estigma e a incentivar os torcedores a falarem abertamente sobre sua própria saúde mental”, disse Masters.

Campanha contra o antissemitismo

Em 23 de janeiro, data que marca o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, a Premier League iniciou uma campanha de combate ao antissemitismo.

A liga tem trabalhado com a organização Holocaust Educational Trust para garantir que os jogadores das bases dos clubes sejam ensinados sobre uma das maiores tragédias da história da humanidade. Sobreviventes do Holocausto conversaram com jovens sobre os horrores dos campos de concentração nazistas. Desde setembro, 14 clubes estão envolvidos no projeto, voltado para jovens de até 14 anos e vinculado ao currículo escolar. Dois meninos de cada um dos times visitarão Auschwitz no próximo ano e atuarão como embaixadores.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.