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Presidente da AFA descarta volta do futebol e trabalha com hipótese de suspender rebaixamentos

"Seria uma bagunça voltar e alguém ser infectado. Seria doloroso", afirma Claudio Tapia

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Por Redação
Atualização:

Claudio Tapia, presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), afirmou que não existe data concreta para que o futebol retome suas atividades no país após a parada por conta do coronavírus. De acordo com o Tapia, a AFA priorizará vidas e não descartará a possibilidade de suspender os rebaixamentos no Campeonato Argentino por dois anos.

"Me parece que trabalhamos muito bem e pensamos em alternativas para o futuro. Mas seria aventureiro e irresponsável dizer que medidas tomaremos, se não soubermos em que dia voltaremos ou em que condições. Não esqueçamos que o futebol não é apenas futebolista", afirmou o presidente, em entrevista à emissora TyC Sports, nesta segunda-feira (20).

Claudio Tapia, presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA) Foto: Marcos Brindicci / Reuters

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Tapia explica que o futebol não envolve apenas jogadores, mas que também existem outras pessoas responsáveis pela realização do evento. Para o presidente da AFA, seria doloroso e irresponsável saber que algo aconteceu, por conta de sua decisão.

"Existem funcionários, médicos, muitas pessoas (ao redor do futebol). E elas vão para casa. Todos podem ser infectados. E nem todos têm uma faixa etária jovem. Depois que as autoridades de saúde dizem se é possível voltar à prática de futebol, devemos ter certeza de que nada acontece. A pessoa responsável por tomar a decisão de retornar o futebol sou eu. Seria uma bagunça voltar e alguém ser infectado. Seria doloroso e da minha parte irresponsável se algo acontecer. Se um jogador está infectado, seria uma loucura, teria que parar o torneio por 15 dias", disse.

Sobre a suspensão de rebaixamentos, Tapia afirmou que ainda é cedo para tomar qualquer medida, mas que é necessário procurar variantes que prezam pela responsabilidade.

"Talvez tenhamos que deixar algumas questões esportivas (de lado). A realidade é que não podemos cometer irresponsabilidades. Devemos ter previsibilidade econômica para o futuro. Talvez os líderes digam para não jogar com diminuições (rebaixamentos). Não sabemos. Eles estão trabalhando. Pode ser uma alternativa", explicou.

O presidente da entidade máxima do futebol argentino ainda afirmou que está analisando relatórios enviados pelos clubes e que a situação é complexa devido ao histórico de crise econômica enfrentado pelo país, que se aprofundou devido à pandemia.

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"Estamos pedindo aos líderes uma avaliação específica de cada clube. Estamos recebendo relatórios. Primeiro pensamos na saúde das famílias. Todas as instituições têm cumprido, cada uma, da melhor forma possível com seu papel social. O que está claro é que as instituições não recebem recursos além dos da televisão e, se levarmos em conta que a situação econômica havia piorado alguns anos atrás, o problema é maior: contratos foram assinados em outro momento", comentou Tapia.

"O problema é que, se você não gera, o parceiro não paga sua assinatura. E se retornarmos sem uma audiência, a situação mudará? Não. E se formos ao extremo de ser realista, as pessoas precisam comer", ponderou Tapia, que concluiu: "Não podemos fazer futurologia. É preocupante. Mas precisamos ter a maturidade necessária para quando as decisões são tomadas e se estão corretas". 

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