O atrito entre os dirigentes argentinos e a Comissão Normalizadora da Fifa na Associação Argentina de Futebol (AFA) chegou ao seu ápice na última quarta-feira. Segundo relatos do jornal Clarín, o presidente do Vélez, Raúl Gámez, ficou irritado com a grande espera para ser atendido em uma reunião na sede da entidade e teria agredido Javier Medín, segundo homem mais forte do órgão.
"Eu fiquei muito tempo esperando (para falar com Medín) e começaram a atender pessoas que estavam depois de mim. Eu me alterei porque em determinado momento disseram que eu não seria atendido", explicou Gámez.
Javier Medín confirmou a discussão acalorada, mas negou qualquer tipo de agressão. "Nós discutimos, mas não me bateu. Ele estava nervoso. Ele diz que a AFA deve dinheiro para Velez e é exatamente o oposto."
O Vélez cobra da AFA um empréstimo de R$ 43 milhões, concedido quando Julio Grondona era o comandante máximo da entidade. Já a atual gestão não reconhece qualquer dívida com o clube e, segundo a Comissão Normalizadora, é o Vélez é que deve R$ 166 milhões a entidade.
CRISE
O futebol argentino parece cada vez mais perto de entrar em colapso. Nas últimas horas, cresceu um movimento que defende que os clubes entrem em greve, em consequência do corte de 30% dos repasses da Associação Argentina de Futebol (AFA) aos clubes pelos direitos de transmissão do torneio. Além disso, a chamada Comissão Normatizadora, que comanda a AFA desde junho, perdeu todo seu respaldo político.
Em reunião na terça-feira à noite em Ezeiza, na sede da AFA, diversos dirigentes sugeriram a greve. Hernán Lewin, presidente do Temperley e um dos líderes dos clubes pequenos da Argentina, disse ao Clarín que "a qualquer momento o futebol argentino vai explodir". "Há 20 equipes que não têm mais como subsistir", afirmou ele, reclamando que, em outubro, os clubes receberam metade do valor que pleiteavam ganhar.