A seleção brasileira fez dois jogos sob o comando de Carlos Alberto Parreira, que ainda está montando o time. Não jogou bem em nenhum dos dois, contra China e Portugal, e ainda não venceu. Mas do que adianta ganhar amistosos, se, na hora da decisão, fracassar, como fez a Argentina em 2002? Não interessa, o torcedor brasileiro, acostumado às vitórias, quer sempre bons resultados. E Parreira sabe disso, mas não gostou ao ser questionado sobre o tema, hoje, por um repórter brasileiro. "Você nem tinha nascido e eu já estava na seleção brasileira. Acompanho a seleção desde 70 e sei que ela precisa sempre vencer, mas, hoje, é preciso renovar, montar o time ..." Parreira não "engole" essa cultura brasileira de pressionar para vencer até treino. Quer tranqüilidade para trabalhar e refazer a equipe, campeã mundial no ano passado. Só admitirá cobranças a partir do início das eliminatórias, em setembro, pois ainda terá de fazer uma série de ajustes. A seleção que entrará em campo amanhã à noite, contra o México, terá uma cara bem diferente daquela que conquistou a Copa na Ásia. No gol jogará Dida e não Marcos. Os laterais serão Belletti e Júnior, pois Cafu está machucado e Roberto Carlos, suspenso. No meio-de-campo a novidade será Zé Roberto e, no ataque, Amoroso aparece com boas chances de fazer dupla com Ronaldo. O amistoso servirá de laboratório e mostrará a Parreira quais jogadores estão prontos para substituir aqueles que participaram da campanha do pentacampeonato. Dida está ganhando a posição de titular. Ronaldo é intocável, assim como Roberto Carlos e Ronaldinho Gaúcho. Mas Rivaldo, por exemplo, está decaindo, não vai bem no Milan, e Cafu já não tem o fôlego de antes. "Queremos tirar conclusões para o futebol", observou Parreira, que utilizará a Copa das Confederações, no fim de junho, na França, para definir o time que iniciará as eliminatórias. "É um trabalho difícil para a comissão técnica, precisaremos escolher 25 jogadores para as eliminatórias e, no Brasil, há pelo menos 40 em condições de jogar na seleção."