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PSG reconhece ter praticado racismo nas categorias de base

Clube francês foi acusado de escolher atletas de acordo com a sua etnia entre os anos de 2013 e 2018

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Por Redação
Atualização:

O Paris Saint-Germain admitiu nesta quinta-feira a ocorrência de racismo no setor de recrutamento das suas categorias de base. O time francês foi acusado de promover discriminação no recrutamento de jovens jogadores nos últimos anos.

De acordo com o diário francês Mediapart, documentos divulgados pelo 'Football Leaks', portal responsável pelo vazamento de informações confidenciais, afirmam que a equipe parisiense possuia um método de classificação de atletas a serem recrutados com base nas suas etnias.

Equipe do Paris Saint-Germain treina na França. Foto: Gonzalo Fuentes/Reuters

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O portal afirma que o PSG separava os possíveis atletas a serem recrutados pelos seus observadores em quatro subgrupos: 'Francês' (branco), 'Norte-africano', 'Das Antilhas' e 'Africano' (negro). E sob essa política, comandada pelo dirigente Marc Westerlopp - chefe do recrutamento de atletas das categorias de base - , apenas um atleta negro foi contratado entre os anos de 2013 e 2018.

Yann Gboho, meio-campista de 17 anos que hoje está no Rennes, chegou a integrar a base do Paris Saint-Germain, mas foi dispensado aos 13 anos por causa de sua cor - ele nasceu na Costa do Marfim. Na época, a dispensa do atleta foi encoberta pela diretoria do clube 'para evitar escândalos'.

À época, Westerlopp teria afirmado que havia a necessidade de "equilibrar a diversidade" nas categorias de base do Paris Saint-Germain. Para ele, haviam muitos jogadores de origem africana e caribenha entre os adolescentes que integravam as equipes menores do time francês.

O PSG soltou uma nota admitindo que a equipe praticou discriminação racial nas categorias de base - na França, a medida é considerada ilegal. Disse, no entanto, não ter tido conhecimento de um sistema formado para registrar etnicamente os jogadores, creditando-o apenas a uma ação individual do dirigente em questão.

"O Paris Saint-Germain confirma práticas ilegais cometidas pelo sistema de recrutamento do seu centro de treinamento, dedicados a atletas de fora do Ile de France. Essas práticas são de responsabilidade exclusiva do chefe deste departamento. A direção geral do clube nunca teve conhecimento de um sistema de registro étnico dentro de um departamento de recrutamento, nem possuía um. Essas práticas traem o espírito e os valores do Paris Saint-Germain", afirmou o clube.

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