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Raça retorna e Corinthians se classifica na Copa do Brasil

Equipe arrasa com o Goiás, goleia por 4 a 0, e encara o São Caetano nas quartas-de-final da competição

Por Alan Rafael Villaverde
Atualização:

 José Patrício/AE Diogo Rincón dá um soco no ar para comemorar seu gol; noite de gala da equipe do Corinthians SÃO PAULO - O torcedor corintiano agüentou muito. Desde as gozações dos adversários, pelo rebaixamento à Série B, até a má administração que colocou o nome do clube nas páginas policiais. Na noite desta quarta-feira, no entanto, o torcedor alvinegro pôde, enfim, comemorar o ressurgimento da velha raça na goleada do Corinthians por 4 a 0 diante do Goiás, pelo jogo de volta das oitavas-de-final da Copa do Brasil. Veja também:  Calendário / Resultados  Ouça os gols da vitória corintiana  Bate-pronto: Queda e ascensão na Copa do Brasil  Mano Menezes elogia postura da equipe do Corinthians Com o resultado, o Corinthians está classificado às quartas-de-final, quando terá pela frente um velho conhecido: o São Caetano, que eliminou outro clube goiano, o Atlético. A primeira partida acontece na próxima terça-feira, no Morumbi.  Além de se classificar, a equipe alvinegra demonstra que tem condições de ser ofensiva e competitiva ao mesmo tempo, algo que, até então, parecia improvável no pensamento do técnico Mano Menezes, que não se sentia confortável em escalar o time sem três zagueiros. RAÇA CORINTIANA Empurrados pela presença maciça da torcida, o time do Corinthians relembrou seu velho estilo de jogo: pressionar a saída de bola do adversário. "Não temos opção e não ser testar o esquema com dois zagueiros e pressionar, pois precisamos de gols", adiantou Mano Menezes. A tática deu certo, uma vez que o Goiás não tinha resposta para a pressão recebida, e o resultado não poderia ser outro a não ser a abertura do placar logo aos cinco minutos, com Diogo Rincón, que aproveitou a dividida do goleiro Harlei com Herrera para chutar firme. Atordoado em campo, o Goiás não conseguia passar do meio-campo. A torcida corintiana, por sua vez, não parava de incentivar sua equipe, que respondeu logo aos 16 minutos com o segundo gol. Dentinho rolou a bola para André Santos, que cruzou. A defesa esmeraldina falhou mais uma vez e Diogo Rincón, oportunista, marcou seu segundo gol. O gol garantia a vaga corintiana às quartas-de-final, mas a equipe queria mais; queria apagar de vez a má impressão deixada na torcida nos primeiros quatro meses deste ano, quando mostrou estabilidade defensiva, mas falta de criatividade criar jogadas. Com a pressão exercida, o terceiro gol corintiano surgiu aos 23 minutos. André Santos recebeu um belo passe de Herrera e, ao infiltrar na área, driblou o goleiro Harlei e, mesmo caindo, conseguiu tocar para o gol vazio. Resumo fiel da raça alvinegra em campo. Em estado de êxtase pelo futebol visto, a torcida corintiana ainda comemorava o terceiro gol quando o Corinthians chegou ao quarto, aos 30, com Herrera, que cabeceou a bola após falta cobrada pela esquerda. SAI RAÇA, ENTRA RAZÃO Com o placar aquém do esperado, o Corinthians voltou para a segunda etapa disposto a cadenciar a partida, uma vez que caberia ao Goiás a iniciativa para tentar dois gols que lhe daria a classificação. "O Goiás precisa reagir e virá para cima. Agora temos que agir com a razão e aproveitar as oportunidades", comentou Mano Menezes. E, como planejado, o Corinthians diminuiu o ritmo e passou a tocar a bola. O Goiás, por sua vez, nada conseguia fazer para assustar o goleiro Felipe. Mesmo pensando apenas no término da partida, o time alvinegro chegou a criar três boas chances para ampliar, mas sem êxito. Corinthians 4 Felipe; Carlos Alberto, Chicão, William e André Santos    ; Perdigão     (Nílton), Fabinho, Lulinha (Éverton) e Diogo Rincón (Acosta); Herrera e Dentinho Técnico: Mano Menezes Goiás 0 Harlei; Vitor     (Alex Ferreira), Ernando, Paulo Henrique     e Fabinho    ; Amaral, Ramalho, Evandro e Paulo Baier (Anderson Aquino); Alex Terra     e Alex Dias (Schwenck) Técnico: Caio Jr (expulso) Gols: Diogo Rincón, aos quatro e 19; André Santos, aos 23; Herrera, aos 30; Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS) Renda: R$ 576.8765,00 Público: 50.940 total Estádio: Morumbi, em São Paulo Diante de tal cenário, coube à torcida alvinegra o show, com gritos de incentivo ao time e, principalmente, a possibilidade de ver o algoz Goiás - que lutou com o time alvinegro para escapar do rebaixamento no Brasileiro do ano passado - cair. E, para terminar a noite com chave de ouro, os corintianos não perderam a oportunidade de tripudiar o rival Palmeiras, eliminado da Copa do Brasil pelo Sport. RECORDE Não foi apenas a raça corintiana que voltou. O torcedor corintiano ouviu o apelo da diretoria, além da promoção nos ingressos, e bateu o recorde de público no Morumbi neste ano, com 50.490 torcedores presentes. QUAL É A UVA? A polêmica sobre as "uvas" terminou com a vantagem corintiana. Antes do primeiro jogo, vencido pelo Goiás por 3 a 1, o presidente do Conselho Deliberativo, Hailé Pinheiro, havia dito que sua equipe "chuparia uva roxa" em alusão à camisa número 3 do time alvinegro. A cutucada não foi bem recebida pelo Corinthians. O atacante Finazzi disse que, ao final, a uva a ser chupada seria a verde, em alusão ao uniforme do Goiás. O atacante não entrou em campo, mas venceu o round. Felipe foi mais longe. Ele chupou uva verde ao término do jogo para o delírio da torcida corintiana. "Falaram que iam chupar uva roxa, mas a uva verde é mais doce", sentenciou o goleiro.

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