PUBLICIDADE

Publicidade

Rebaixado, América-MG tem tradição abalada por má gestão

Maior crise no clube de BH culminou com queda à 2.ª Divisão em Minas Gerais

Por Agencia Estado
Atualização:

O América-MG viu sua condição de ?grande? do futebol mineiro ser arranhada de forma significativa na noite desta quarta-feira. A derrota por 2 a 0 para o Rio Branco, em Andradas, decretou a queda do tradicional clube de Belo Horizonte para a Segunda Divisão do campeonato estadual, eufemisticamente chamado de Módulo II. O rebaixamento inédito já era esperado, pois o time vivia a agonia de um doente terminal. Restando uma rodada para o final da primeira fase, o time soma apenas quatro pontos em 30 disputados. Perto de completar 95 anos, o América vive o pior momento de sua história. O clube não tem sequer a garantia de que poderá disputar a Série C do Brasileirão deste ano. A princípio, para isso, precisaria figurar entre os seis primeiros colocados do Mineiro. O diagnóstico do desastre passa, como sempre, pelas más gestões e a conseqüente crise financeira. ?O América vem se arrastando e poderia se prever uma situação como essa?, comentou o atacante Euller, de 35 anos, revelado pelo clube e que voltou ao clube em meados do ano passado. A queda para a Terceira Divisão do Brasileiro, em 2004, agravou os problemas financeiros. ?Espantou os patrocinadores?, lembra Euller, que garante ter colocado recursos próprios no clube. ?Estou aqui no América por amor?, disse. ?Talvez eu tenha ajudado muito mais do que recebido em termos financeiros.? O clube, de acordo com o vice-presidente de Futebol, Francisco Assis Santiago, contabiliza uma dívida de pelo menos R$ 32 milhões. Nos últimos anos, sustentou seu caixa com a venda de jovens promessas, sendo que muitos negócios foram questionados. Por outro lado, se transformou num porto seguro de veteranos atletas em fim de carreira. Da dívida acumulada, cerca de R$ 20 milhões correspondente a débitos trabalhistas, segundo Santiago. O América é dono de um patrimônio que inclui o estádio Independência, CT´s, clube social e sede. O vice-presidente garante que não será preciso desfazer do patrimônio para pagar dívida.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.