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Recuperado para o futebol, Denilson comemora bom momento

Destaque da vitória sobre o Internacional, jogador espera manter ritmo de jogo no Palmeiras

Por Daniel Akstein Batista
Atualização:

Em setembro de 2006, Denilson era apresentado no Al Nasr, da Arábia Saudita. Poucas semanas depois, percebeu que as condições de seu novo clube não eram as que tinha imaginado. Perdeu a motivação de treinar, engordou, deixou a alegria de jogar futebol de lado. E colocou em xeque o seu futuro. Um ano e meio depois - e outras desilusões no caminho -, o experiente jogador de 30 anos recolocou o sorriso no rosto graças ao bom futebol apresentado no Palmeiras.   No domingo, Denilson foi um dos destaques do Palmeiras na vitória sobre o Internacional, por 2 a 1, no Palestra Itália, pela segunda rodada do Brasileirão - ele, inclusive, marcou o primeiro gol do jogo. Depois da partida, o atacante chegou a chorar durante a entrevista coletiva, ao lembrar que chegara ao clube sob a desconfiança de torcedores, alguns diretores e jornalistas.   "Tinha dúvida se teria a chance de jogar em um outro grande clube novamente", contou Denilson, em entrevista nesta segunda-feira, ao falar sobre os últimos anos da carreira, antes de chegar ao Palmeiras no começo da atual temporada.   Campeão mundial com a seleção brasileira na Copa de 2002, Denilson começou a cair de produção após deixar a Bordeaux em 2006. "Foi na França que joguei pela última vez num nível alto. Depois fui para a Arábia e comecei a não me preparar fisicamente", revelou o jogador. "Não tinha boas condições lá."   Mais gordo e desiludido, Denilson deixou a Arábia em meados de 2007 e começou a treinar no Palmeiras, apenas para recuperar a forma física, até receber proposta do Dallas, dos Estados Unidos. Aceitou. "Lá a estrutura era excelente, mas não tinha gana de jogar futebol. Sabia que precisava melhorar fisicamente, mas e a motivação? Não tinha", admitiu.   De volta ao Brasil no começo do ano, Denilson voltou a trabalhar no Palmeiras, novamente apenas para manter a forma. Dessa vez, no entanto, recebeu o aval do técnico Vanderlei Luxemburgo e assinou um contrato de risco com o clube. Aí, foi ganhando seu espaço aos poucos, até mostrar que merece a confiança dos palmeirenses.   "O Palmeiras me recebeu de braços abertos, com profissionais preocupados em me recuperar, o que foi fundamental para mim", explicou Denilson, feliz da vida pelo bom momento dentro e fora do campo. "E aqui estou perto de amigos e familiares."   Além das dificuldades na carreira, Denilson afirmou que sofreu com problemas pessoais nos últimos anos. E estar com a família novamente o ajudou a recuperar a alegria de estar em campo. Em São Paulo, ele mora com os pais e a irmã. "Sempre tivemos uma grande união", justificou.   Até agora, Denilson realizou 21 jogos na temporada 2008, sendo seis como titular do Palmeiras. Marcou quatro gols e sonha estar novamente em campo desde o começo da partida de domingo, contra a Portuguesa, no Pacaembu, pela terceira rodada do Brasileirão. Mesmo se voltar para o banco de reservas, ele não tem do que reclamar. Afinal, já conseguiu o que queria: "Recuperei o prestígio e o respeito dos críticos."

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