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Resultados deixam Dunga vulnerável no comando da seleção

Equipe está em sexto lugar após dois empates

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Por Redação
Atualização:

O empate diante do Paraguai serviu para amenizar o prejuízo da seleção brasileira, que terminaria a rodada em sétimo, mas ficou em sexto nas Eliminatórias, mas a situação do técnico Dunga no comando da equipe continua bastante delicada e a pressão nos dirigentes para mudar a comissão técnica é grande. 

Uma pessoa ligada a CBF confidenciou ao Estado que Dunga correu grande risco de ser demitido caso tivesse perdido para o Paraguai. O sentimento na cúpula dos membros da entidade é que o treinador não está conseguindo obter tudo que pode da equipe e tem tido algumas posturas equivocadas. O relacionamento com o atacante Neymar também é algo que tem incomodado e a mudança de comando poderia fazer todos “acordarem”, além de ser uma forma de conseguir recuperar parte do apoio da torcida, perdido até mesmo no Nordeste, onde a seleção sempre gozou de muito prestígio. As vaias ao final do jogo com o Uruguai, na Arena Pernambuco, surpreendeu muita gente na entidade.

Dunga não é unanimidade na cúpula da CBF Foto: Alex Silva/Estadão

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O ponto fundamental para manter Dunga no comando é a amizade com Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções. O ex-goleiro é defensor ferrenho do capitão do tetra e por isso não cogita a possibilidade de dispensá-lo. A visão da comissão técnica é que o Brasil vive um momento de instabilidade em decorrência da boa forma das outras seleções e não por problemas do time.

A demissão de Dunga teria que passar por Gilmar. A única exceção seria se ele também deixasse o cargo, algo que parece, por enquanto, algo distante. O fato de terem escolhido o Hotel Vila Ventura, onde o zagueiro Lúcio é um dos sócios, também criou uma saia justa já que o defensor atuou como membro pontual da comissão técnica nos jogos com Uruguai e Paraguai.

Outro ponto desfavorável para o treinador é o relacionamento com os jogadores. Alguns atletas não aprovam a forma da seleção jogar e as opções táticas feitas pelo treinador. Entretanto, ninguém dentro do grupo admite que exista qualquer complô para tentar derrubar o treinador, mas sim, divergências naturais de um trabalho.

R. Oliveira fez o 1ºgol do Brasil no empate por 2 a 2 com o Paraguai,em Assunção, em 30 de março Foto: Andrés Cristaldo Benítez/ EFE

O lateral-direito Daniel Alves, um dos líderes do grupo, afirmou após o jogo com o Paraguai, que o momento não é de analisar se o jogador está contente ou não com o treinador. “Temos outra filosofia e outro estilo de jogo onde temos que nos adaptar. Não se trata de estar contente ou infeliz. Se a gente está aqui, temos que abraçar a causa, o treinador e a comissão técnica. Para evoluir, precisamos abraçar a causa, pois se acharmos que nada presta, não sairemos do lugar”, alertou o jogador do Barcelona.

O relacionamento entre Dunga e Neymar, por exemplo, já foi mais intenso e por conta dos últimos acontecimentos, está o mais frio desde o retorno do treinador ao comando da seleção, após o Mundial de 2014. Existe um consenso na CBF de que o atacante não tem se dedicado tudo que pode na seleção e Dunga, embora precise muito do jogador e tenha a fama de ser rígido, poderia exercer maior autoridade sobre o garoto.

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O fato de ter sido flagrado em uma balada em Florianópolis, horas depois de ter levado um cartão amarelo evitável diante do Uruguai, que o suspendeu do jogo com o Paraguai é um exemplo do quanto o atacante parece estar disperso, quando o assunto é seleção. Vale lembrar, porém, que ele e David Luiz foram dispensados por não terem condição de jogo, mas os dirigentes da CBF esperavam uma atitude diferente do astro do Barcelona.

Quando perguntado sobre o assunto, Dunga desconversou e disse que não poderia cobrar de seus atletas a mesma postura que ele tinha quando era jogador, dando uma leve alfinetada no jogador.

Aos trancos e barrancos, Dunga permanece no comando da seleção, mesmo o cenário dando a impressão de que o problema está apenas sendo adiado. Até a Copa América, o treinador terá que ter jogo de cintura para aparar arestas e conseguir colocar a seleção na linha dentro e fora de campo.